Uma “chacoalhada geral” na Polícia Civil do Paraná. Foi assim que o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, definiu ontem, em entrevista coletiva à imprensa, em Curitiba, a mudança de nomes na cúpula da instituição. Delazari disse que, depois de três meses à frente da Secretaria da Segurança Pública, pôde tomar conhecimento de toda a estrutura da instituição e realizar as mudanças que pretendia desde que assumiu o cargo, em 22 de maio passado. O secretário anunciou as modificações e prometeu que, a partir de agora, a polícia ganhará “um novo ritmo de trabalho, com mais agilidade, velocidade e resultados”.
A secretaria apresentou um organograma com os nomes dos novos delegados que estarão à frente dos treze órgãos – entre divisões e delegacias – mais importantes da Polícia Civil. A partir dessas modificações, deve acontecer nos próximos dias uma “dança das cadeiras” também nas delegacias distritais e da Região Metropolitana de Curitiba.
O delegado-geral, Adauto Abreu de Oliveira – que se manteve no cargo e, nas palavras de Delazari, está “mais fortalecido do que antes” -, disse que nas delegacias “linha de frente”, como a Homicídios, Furtos e Roubos e Furtos e Roubos de Veículos, os titulares deverão permanecer. “Os delegados Stélio Machado, Gerson Machado e Hamilton Cordeiro da Paz vêm realizando um bom trabalho nessas especializadas”, afirmou Abreu de Oliveira.
Auditoria
O secretário da Segurança disse que implementou um projeto de reuniões semanais entre todos os integrantes da cúpula da Polícia Civil. “Vamos modernizar definitivamente a instituição”, declarou. Delazari também afirmou que o momento de crise institucional na polícia paranaense está superado e anunciou a implantação de uma auditoria interna, que será feita por técnicos das secretarias de Planejamento e Administração.
De acordo com o delegado-geral, Adauto Abreu de Oliveira, a auditoria servirá para rever contratos irregulares herdados da gestão anterior.
Nomeações mudam quase tudo
Foram nomeados os seguintes delegados para a cúpula da Polícia Civil: Edson de Faria Pilatti foi designado delegado-geral adjunto; Paulo José Brenny foi nomeado corregedor-geral; Marcus Vinícius Michelotto assume a chefia do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), no lugar de Luiz Carlos de Oliveira, designado para chefiar a Divisão de Investigações Criminais (DIC); Jorge Azôr Pinto será o novo chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP).
Francisco José Batista Costa é o novo titular da Divisão de Infra-Estrutura; Agenor Salgado Filho, que era da Delegacia de Estelionatos e Desvio de Cargas, vai para a Divisão Metropolitana; e Nabor Bento Lobo Sottomayor foi designado para a Divisão do Interior.
A delegada Leonídia M. Heck assume a Delegacia de Delitos de Trânsito no lugar de Marcus Vinícius Michelotto, enquanto Roberto Heusi vai para a Estelionato e Desvio de Cargas, onde estava Agenor Salgado. Na Divisão de Narcóticos (Dinarc) assume Walter Baruffi, que era da Delegacia do Adolescente, em substituição a Luiz Antônio Zavataro, enquanto na Delegacia Antitóxicos (Datox), subordinada à Dinarc, assume Vilson Alves de Toledo.
Aposentadorias
O delegado-geral, Adauto Abreu de Oliveira, disse que a Polícia Civil está com uma defasagem de mais de 400 pessoas em função de recentes pedidos de aposentadoria. “Foram 350 escrivães e investigadores e 55 delegados”, enumerou. Abreu de Oliveira afirmou que, para suprir essa carência, pretende agilizar a nomeação de 40 novos delegados de 4.ª classe, aprovados no último concurso. “Para isso é preciso primeiramente apressar as promoções de delegados de carreira, de forma a abrir estas quarenta vagas”, explicou.
Outra medida que deverá ser tomada é a implantação do cargo de delegados de 5.ª classe, que está prevista em lei mas ainda não foi executada. Os delegados dessa categoria seriam designados para suprir municípios que não são sede de comarca – situação em que se encontram, de acordo com Abreu de Oliveira, 200 municípios do Paraná, que não possuem delegacia nem delegado. (BM)