Os custos de produção continuam sendo o fator determinante para o desempenho das cadeias agropecuárias no Paraná, conforme aponta o Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral). O documento, divulgado nesta quinta-feira (04), revela que tanto o setor de grãos quanto o de proteínas animais enfrentam desafios relacionados à rentabilidade, preços e logística, todos influenciados pelos custos de produção.

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O café e a soja se destacam positivamente. O café apresenta custos de produção facilmente cobertos pelos preços das últimas duas safras, enquanto a soja mantém alta lucratividade. Por outro lado, o setor leiteiro enfrenta queda nos preços pagos ao produtor, e os mercados de ovos e suínos passam por ajustes devido ao cenário internacional e às variações de mercado.

A safra de café é estimada em 745 mil sacas beneficiadas, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, impulsionada por melhores condições climáticas. Mais de 80% da safra já foi comercializada, com preços majoritariamente acima de R$ 2.000 por saca. O custo total de produção de uma saca beneficiada é de R$ 1.137,00, garantindo boa margem aos cafeicultores.

A soja mantém estabilidade nos custos e forte potencial de lucratividade. O custo variável para produzir 55 sacas por hectare é de R$ 3.212,00, apenas 0,76% maior que no ano passado. Com a saca negociada em torno de R$ 120,00, a lucratividade bruta estimada é de 106%.

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O setor lácteo enfrenta retração no preço pago ao produtor, com queda de 5,74% em novembro em relação a outubro, acumulando redução de aproximadamente 18% nos últimos 12 meses. A suinocultura registrou em outubro a maior rentabilidade do ano, com margem de R$ 1,45/kg, mas a tendência para novembro é de leve redução.

O mercado de ovos apresenta contrastes entre o desempenho das exportações e o impacto da tarifa imposta pelos Estados Unidos. Nos primeiros dez meses de 2025, as exportações brasileiras de ovoprodutos aumentaram 36,8%, mas o Paraná registrou queda de 33,3% no volume exportado. A retirada da tarifa adicional imposta pelos EUA para ovos ainda é incerta, apesar da suspensão para outros produtos brasileiros.

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