Cursos estão mudando a vida de jovens de Curitiba

O Instituto Tibagi tem sido o norteador para muitos jovens de Curitiba que estão em situação de risco ou com poucas perspectivas de um bom futuro, oferecendo cursos profissionalizantes para a faixa etária entre 14 e 23 anos. São três opções de profissão (assistente eletroeletrônico, eletromecânico e mecânico automotivo), com 21 meses de duração cada curso e a garantia de um estágio remunerado já nos primeiros meses de aulas. São duas unidades em Curitiba, uma no centro e outra na Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba.

Sem pagar qualquer valor, os jovens têm aproveitado a grande oportunidade que já receberam na vida.

João Gabriel Pereira de Souza, de apenas 14 anos, está no instituto desde maio e, em julho, pelo conhecimento em dois meses de curso, passou a ser um dos provedores da sua casa. O adolescente, que ainda tem dificuldades na escola, mas muito menores que antes de entrar no instituto, vive um novo momento e de mais seriedade. “Se não estivesse aqui estava na rua, sem fazer nada. Estou trabalhando e metade do meu dinheiro vai para minha mãe. Com a outra parte, compro coisas para mim”, conta, animado, o adolescente, que mora com a mãe, sete irmãos e um primo no Tatuquara.

A divisão dos custos da família também é tarefa para André Luiz Dada, de 15 anos. Ele, o irmão e a mãe dividem as contas da casa. O estágio remunerado e o ensino já fazem André sonhar mais ato.

“Agora eu tenho um emprego e a oportunidade de me formar em eletroeletrônica. E quero fazer faculdade nesta área ou em administração”, planeja André.

Lais Oliveir, 16 anos, está aproveitando seu salário para investir em cursinho preparatório para o vestibular, no ano que vem. “Eu vim aqui só para conhecer um monte de pessoas, mas aí vi que não era só isso, que eu precisava mesmo de uma formação”, explica a adolescente, que já mudou suas perspectivas desde que passou a frequentar as aulas do instituto.

Mas não é apenas a formação profissional que preocupa os diretores do Tibagi. A vida dos jovens e adolescentes é acompanhada de perto. A escola é prioridade, mas também há muita conversa e ajuda entre uma aula e outra. “Vamos à casa deles, no bar, se pai e mãe estiverem lá, onde for preciso. Cobramos da escola também. Criamos este laço de confiança e é aí que conhecemos a realidade de cada um”, conta a assistente social Iraci Stancki da Luz.

Carreiras de sucesso

O Instituto Tibagi já tem 17 anos de fundação e muitas histórias de sucesso neste período. Sérgio Roberto Franco Junior, 20 anos, que passou boa parte da infância e da adolescência na zona rural de Mandirituba, mudou completamente sua vida e rotina depois que passou a frequentar as aulas de eletrônica, quando tinha 14 anos.

Às vésperas do casamento, o jovem continua na mesma empresa em que estagiou e se prepara para construir sua casa própria. “Comprei o terreno com ajuda do meu pai, mas a moto eu comprei sozinho. Vim do interior para cá, de um ensino fraco, e o curso foi um sonho. Quero me aperfeiçoar na área ainda”, relata, emocionado, o jovem, que por conta do trabalho precisou trancar o curso de mecatrônica na faculdade.

E a recordação mais saudosa do curso é da ajuda do professor Rony Riatow, um dos sócios-fundadores do instituto. “Ajudamos de todas as maneiras e é bom vê-los bem, encaminhados. Temos empresários, gerentes que passaram por aqui e estão bem hoje”, destaca.

Marco André Lima
Rony: muitos ,gerentes e empresários.
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