Cursinho para estudante carente procura nova sede

O Cursinho Solídário, um projeto do Comitê para a Democratização da Informática do Paraná (CDI-PR), está procurando nova sede para as aulas. Neste ano, a organização não governamental ainda não conseguiu renovar o convênio que tinha com o Cetepar, órgão da Secretaria Estadual da Educação, onde o cursinho funcionava.

O CDI-PR também precisa de professores voluntários. Este é um projeto especial que oferece aulas preparatórias para o vestibular e é destinado para as pessoas carentes.

Sala

O projeto precisa de uma sala que comporte quarenta pessoas, de preferência no centro de Curitiba, e de mais professores voluntários. É necessário um professor para cada disciplina, num total de catorze profissionais. Atualmente o cursinho conta com somente oito.

Para participar das aulas, o interessado precisa ter terminado o segundo grau e apresentar um comprovante de renda familiar. O único gasto do aluno será com o transporte.

Mensalidade

Segundo a coordenadora pedagógica do CDI-PR, Mírian Cewo, o CDI-PR talvez cobre neste ano uma mensalidade simbólica de R$ 10,00 por mês de cada aluno. Além das despesas que a ONG tem em manter o cursinho, a cobrança serviria de estímulo. “Como eles não pagam, muitos não levam a sério. Quando não há investimento, é muito mais fácil desistir”, conta Mirian.

De acordo com ela, o cursinho começou com quarenta alunos e terminou com dez. “Se a pessoa não tiver condição de pagar o valor, ela tem prioridade e a gente pode conversar. Mas o custo do transporte vai continuar porque a gente não pode custear tudo”, argumenta.

Calouros

O cursinho foi criado em agosto de 2002 e já tem um saldo positivo, segundo Mirian. Um dos alunos, Adílson Oneda, foi aprovado no curso de Tecnologia da Informática na Universidade Federal do Paraná. Mesmo sem a aprovação dos outros alunos no vestibular, Mirian analisa que “só o fato de eles continuarem estudando já é um resultado muito bom”.

Segundo a coordenadora, dos alunos que restaram, sete se interessam em fazer o cursinho novamente. O que normalmente acontece, de acordo com ela, é a pessoa concluir o segundo grau e parar de estudar porque sabe que não tem condições para bancar a faculdade.

Iniciativa

O projeto do Cursinho Solidário saiu de uma idéia de um ex-aluno do CDI-PR na periferia de Curitiba. Ele tinha o sonho de fazer uma faculdade, mas não tinha dinheiro. Então ele convidou alguns professores para darem aula e chamou interessados na comunidade. Mas o projeto não motivou muito a população local. Então, o CDI-PR decidiu expandir a idéia para toda a cidade. A ONG dá o suporte para a realização do cursinho.

O CDI-PR tem trinta escolas de informática e atua em Curitiba e Região Metropolitana há quatro anos. As escolas são montadas junto com a iniciativa privada em comunidades carentes. Além das aulas no computador, os educadores ensinam noções de cidadania. Três mil pessoas, até o ano passado, já foram beneficiadas com o projeto.

Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 377-1934.

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