Curitibanos participam de marcha contra guerra

Milhares de pessoas saíram às ruas, ontem, no mundo inteiro, para pedir paz. O objetivo era tentar impedir a guerra dos EUA contra o Iraque. A população de Curitiba não ficou fora do movimento. Durante a manhã, centenas de pessoas, vestidas de branco e carregando faixas com frases de protesto, se concentraram na praça Santos Andrade. Pelo calçadão da Rua Quinze de Novembro, numa verdadeira marcha pela paz, se dirigiram à Boca Maldita, onde foram realizadas encenações e soltas dezenas de balões brancos.

Segundo o movimento Reage Brasil, responsável pela organização da marcha e que congrega diversos sindicatos, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, um trilhão e 300 bilhões são gastos por ano pelos EUA para financiar a guerra. Enquanto isso, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que se anualmente 40 milhões de dólares fossem investidos no combate à fome, em dez anos não existiram mais pessoas passando fome no mundo.

Para o coordenador do movimento, Pedro Di Lucca, o que George Bush quer atacando o Iraque não é combater o terrorismo, mas ter acesso ao petróleo iraquiano e tirar a economia americana da crise. “O que o Bush pretende fazer é um verdadeiro massacre com a população iraquiana, que já enfrenta uma série de dificuldades para sobreviver. O poderio militar americano é bem superior ao do Iraque”, afirma.

A atitude dos EUA, de desafiar a ONU e dizer que vai invadir o Iraque mesmo sem autorização, também foi bastante criticada. “Os EUA estão sendo extremamente egoístas”, declara o bispo auxiliar de Curitiba, Dom Ladislau Biernaski, que também participou da marcha pela paz. “Bush não pode querer impor apenas a sua força e a sua vontade. É inadmissível que um país se comporte como tutor da democracia.”

Para ele, se o Iraque for atacado, milhares de pessoas vão sofrer. “Muitas vão morrer e outras tantas vão ficar desabrigadas, com fome e doentes”, denuncia. “É um absurdo que Bush, se dizendo cristão, trabalhe em favor da guerra.”

Na opinião de Di Lucca, movimento populares como o realizado ontem em Curitiba e em outras regiões do planeta servem para mostrar aos EUA que o mundo está preocupado, quer paz e não a guerra. “Com certeza os movimentos vão ter repercussão e contribuir para que o Bush perceba que só o seu país é a favor da guerra”, afirma. Segundo o Reage Brasil, pesquisas indicam que entre 70% e 85% das populações da Ásia, Europa e América Latina se opõem à guerra.

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