Depois de chegar, no ano passado, à marca de 1 milhão de veículos, Curitiba está bastante próximo de ultrapassar a barreira de 100 mil motocicletas. Já com cerca de 95 mil motos emplacadas, a capital deve atingir o emblemático número antes do final do ano, ao menos se o ritmo atual de crescimento continuar.

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Isso sem considerar os números da região metropolitana que, se somados aos de Curitiba, já passaram, ainda no primeiro semestre, a marca de 150 mil. Os dados são do Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná, que também informa haver 675 mil motocicletas em todo o Estado.

Junto com as motos, crescem também os problemas a ela relacionados, como o acidentes graves e a crescente guerra contra os motoristas de carros. Só no primeiro semestre deste ano, ainda segundo dados do Detran, foram, no Paraná, 13.151 acidentes com vítimas envolvendo motocicletas.

As ocorrências deixaram cerca de 10,3 mil feridos e 134 mortos no local do acidente. No ano passado, o número de acidentes foi de quase 25 mil, com 19,7 mil motociclistas feridos e 314 mortos, também no local do acidente.

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“Muitas vezes, os motociclistas dirigem sem o cuidado necessário”, diz o coordenador de Veículos do Detran, Cícero Pereira da Silva. “E os veículos são frágeis, não trazem segurança [ao condutor]”, completa. Isso reflete, segundo ele, no valor do seguro obrigatório, que é bem maior do que o cobrado aos carros.

Motoboys

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O aumento no número de motocicletas não necessariamente resulta em mais motoboys na cidade. Pelo menos é a opinião do presidente interino do Sintramotos – o sindicato que agrega a categoria em Curitiba e região metropolitana – Luciano Marques dos Santos.

Mesmo assim, o crescimento no número desses profissionais ainda é considerável: de acordo com ele, já há em 2008, cerca de 8% motoboys a mais do que no ano passado.

Com isso, é de se esperar as brigas entre os motoristas de carros e motoboys acabe aumentando. Mas Santos avisa que o sindicato pretende reverter essa imagem.

“Queremos acabar com essa guerra”, afirma Santos. Por isso, ele informa que o sindicato faz campanhas pela direção defensiva e respeito no trânsito. “Se o motociclista bate no retrovisor de um carro, pedimos que ele pare e se identifique. Se quebrou, que acerte o pagamento com o motorista e, se não, que peça desculpas”, orienta.