Cupim coloca em risco a Delegacia de Homicídios

O prédio da Delegacia de Homicídios (DH) e de Vigilância e Captura, localizado na Rua Barão do Rio Branco, em Curitiba, encontra-se em situação de abandono. Nas paredes e no piso, é visível a deterioração provocada principalmente por cupins. As antigas forrações começam a descolar do chão e há várias goteiras. Algumas salas estão fechadas, pois há o risco de o teto desabar. A denúncia é do delegado Carlos Roberto Bacila, que esteve lotado na DH durante um ano, e de funcionários que trabalham no local.

“O prédio já foi interditado porque a estrutura estava para cair. Surpreendentemente a Delegacia de Homicídios e de Capturas ainda funcionam naquele local”, comenta o delegado, que é integrante da diretoria do Instituto de Criminologia e da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol). Segundo ele, o prédio está totalmente insalubre e foi até condenado pelo peritos da Criminalística. “Quando eu trabalhava lá, chegou a cair uma parte do teto na minha sala.” O prédio, conforme indica a placa pendurada na fachada, encontra-se em reformas.

Bacila conta que em fevereiro deste ano, quando fazia parte do quadro da DH, ele e outros colegas lotados na mesma delegacia enviaram um documento ao delegado-chefe da Divisão de Investigações Criminais, Fernando Vianna Artigas, expondo os problemas enfrentados, tanto na questão física do prédio, como no efetivo precário. “Afinal, qual é a dificuldade intransponível de se conseguir um imóvel com instalações dignas de higiene e trabalho, mais meia dúzia de viaturas, meia dúzia de delegados, meia dúzia de escrivães, material de investigação científica e recepção para a imprensa e para os cidadãos”, questionaram os delegados da Homicídios, no documento de oito páginas.

“É una delegacia importantíssima, que tem pilhas de inquéritos para investigar, mas falta pessoal”, lamenta Bacila. Ao todo, a DH conta com seis delegados, seis escrivães e 34 investigadores, além de dois funcionários administrativos – um número abaixo do necessário, segundo o delegado. “Começamos a ver a criminalidade aumentar muito, com pelo menos dois homicídios dolosos por dia. Se o efetivo fosse maior, os casos se resolveriam mais rapidamente,” acredita.

O delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, não quis se pronunciar a respeito, informou ontem a assessoria de imprensa.

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