Em uma época em que compartilhar é uma das ações mais praticadas pela população, engajar pessoas em prol de um projeto a ponto de elas colaborarem financeiramente faz sentido para o mundo. O chamado crowdfunding (financiamento coletivo) já se consolidou em inúmeros países e ganha cada vez mais adeptos também no Brasil.
outros.
O coordenador estadual do Projeto Startups, do Sebrae Paraná, Fernando Tortato, explica que essa modalidade ganha força em projeto e negócios que envolvam “causa e propósito”. “Os investidores em crowdfunding não buscam uma taxa específica de rentabilidade, eles querem aplicar um determinado capital naquilo que transmite um senso de pertencimento. É algo que tem tudo a ver com o mundo moderno e a valorização da construção do conhecimento coletivo, quem contribui ajuda a construir e financiar isso”, aponta Tortato, que é especialista em gestão e planejamento estratégico e professor do MBA em Administração do
ISAE/FGV.
Nessa forma de fazer o dinheiro circular e promover novos empreendimentos, o especialista ressalta que esse financiamento é desvinculado do negócio dar certo ou não. “Quem quer tentar esse tipo de captação tem que ter em mente que a expectativa de retorno é diferente de um banco que vai querer analisar o plano de negócio e, depois de um tempo, receber o montante emprestado com juros, mesmo que o projeto fracasse”, compara. Essa diferença é o que explica as razões de um projeto conseguir o valor necessário para ser executado e outro não.
Funcionamento
Boa parte dos sites de financiamentos coletivos estampam a meta financeira de cada projeto, a data de início de captação e o prazo final. Caso não se obtenha a quantia determinada até a data limite, o valor é devolvido para quem contribuiu. Cada projeto tem um prazo fixo para atingir a sua meta financeira. Se a quantia for alcançada, o empreendedor recebe os recursos arrecadados para executá-lo. Aos investidores, normalmente, são entregues recompensas que são estipuladas de maneira clara para cada faixa ou cota
de doação.
Terror vai pros palcos
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| Equipe da peça “Pânico na Mansão” tenta arrecadar R$ 39.956,80. |
Até o dia 2 de novembro, a Companhia Transtorno de Teatro tenta conseguir exatos R$ 39.956,80 para a montagem do espetáculo “Pânico na Mansão”, que tem estreia prevista para janeiro de 2015, na Casa da Glória, no Rio de Janeiro. Metade grupo é formado por atores de Curitiba que pela primeira vez buscam financiar dessa forma uma produção teatral. “Como estamos trazendo um espetáculo de horror, a captação via leis de incentivo é mais complicada, por isso resolvemos apostar no financiamento público”, explica a atriz curitibana Tati Pasquali.
A arrecadação teve início no dia 1 de setembro e até ontem foram doados R$ 5.130,00. Além de acreditarem na qualidade do espetáculo, o grupo está confiante na inovação proposta pela montagem. “Será um espetáculo de 50 min,utos em que cinco histórias acontecem simultaneamente em vários cômodos da casa e pequenos grupos de 20 pessoas vão percorrendo cada espaço, acho que cada pessoa que assistir à peça e participar do projeto ficará muito satisfeita de fazer parte dessa experiência”, garante a atriz.
A partir de R$ 20 já é possível investir em uma cota do espetáculo “Pânico na Mansão”. Além da satisfação, cada cota traz uma recompensa que vai de ver o nome nos créditos de agradecimento da página da peça no Facebook (www.facebook.com/paniconamansao) até sessões particulares para empresas e investidores que participam com valores acima de R$ 5 mil. Nas cotas a partir de R$ 10 mil, empresas podem ter suas marcas estampadas em todo o material de divulgação do espetáculo. Quem quiser fazer parte dessa montagem pode acessar o site: www.sibite.com.br/campaigns/panico-na-mansao.
