Crianças satirizam propaganda eleitoral

Alunos do Colégio Fênix, na Boa Vista, zona norte de Curitiba, organizaram um trabalho escolar tendo como tema o Horário Eleitoral Gratuito. A partir da observação dos programas políticos, as crianças, entre 10 e 12 anos, das quinta e sexta séries, apresentaram ontem, para os professores, pais e colegas da escola, uma performance bem-humorada e com visão crítica sobre o assunto.

O trabalho, coordenado pelo professor de Sociologia Joás Ferreira Silva, teve como objetivo colocar a criatividade a serviço da cidadania, despertando nos alunos a consciência política.

Visão crítica

Vinte e seis alunos divididos em cinco equipes organizaram seus próprios “programas políticos”. Para o professor Joás, o resultado foi surpreendente, pois os alunos demostraram uma visão bem crítica do horário eleitoral gratuito.

Apesar da improvisação e de não contarem com os aparatos técnicos que são disponibilizados para os candidatos, as crianças mostraram que têm conhecimento da enganação, principalmente das promessas absurdas. “Aprendi que muitos candidatos prometem muita coisa, mas na hora que chegam no governo não cumprem e não fazem nada”, disse Bruno Zimmermann, de 12 anos.

Em defesa das loiras

A equipe de Bruno fez uma simulação do horário político, com candidatos enganando o povo, mas tudo de forma engraçada. Como alusão aos candidatos, ele criaram personagens como Maurício Requeijão, Padre Rock?n? Roll, Bomba Laden, João José dos Pinhais, Galinha Morta e até uma deputada que pretende criar uma lei proibindo piadas de loiras. Um dos candidatos prometeu até dar uma vaquinha para cada aluno.

O garoto João Marcos Lenhardt Silva, 12, fez um candidato do PPO (Partido do Pão com Ovo). “É que muitos políticos acham que dar pão com ovo é um grande feito, mas não penso assim”, declarou. A idéia dele foi alertar às pessoas para não votarem em promessas que não podem ser cumpridas.

Mesmo discurso

Luani Rosa de Oliveira Piva, 10 anos, que interpretou o candidato a governador Árvores Noites e o senador Seu Creiso, disse que aprendeu que muitos candidatos falam a mesma coisa, mas com palavras diferentes. “Falamos o que os candidatos falam, só que de forma mais engraçada”, explica.

Segundo o professor Joás, a intenção do trabalho não foi valer nota, mas como o resultado ficou acima das expectativas, os alunos poderão ganhar alguns “pontinhos”. Mas se fosse dar nota para verdadeiros candidatos ele avisou: “Seria zero”.

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