Criação de universidade federal já gera polêmica

A possível criação de outra universidade federal no Paraná nem foi concretizada, mas já está gerando polêmica. A proposta de criar uma universidade federal no Sudoeste do Estado é do deputado federal Assis Miguel do Couto (PT-PR). Segundo ele, a idéia seria unir estruturas já existentes – como o Cefet em Pato Branco e a Escola Técnica em Dois Vizinhos -para criar uma universidade pública federal. O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, afirmou ontem não ser favorável à proposta. “Este não é o momento”, declarou Rizzi.

De acordo com o deputado federal, o requerimento foi apresentado na Câmara de Deputados há cerca de 30 dias. Segundo ele, a proposta conta com o apoio do governador Roberto Requião. “É um direito que a população do Sudoeste tem”, comentou. Para o deputado federal, como a universidade seria criada a partir da integração de estruturas já existentes, o custo não seria tão alto. “Não vamos começar uma universidade do nada. Já temos a estruturação física”, salientou. Além disso, acrescentou, o Paraná teria certa “elasticidade orçamentária” junto ao governo federal. “Só temos uma universidade federal e seis estaduais. O orçamento estadual está no limite”, comentou.

Contrário

Para o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, este “não é o momento” para criar outra universidade federal. “Queremos que o governo federal passe a compensar o Estado com recursos alocados para a manutenção das universidades existentes. Federalizar é inviável”, comentou o secretário.

Além disso, acrescentou, o Sudoeste já conta com o campus da UFPR e do Cefet. “Não há necessidade de criar uma nova estrutura.” De acordo com o secretário, a briga é em mostrar ao governo federal que os recursos que vêm ao Paraná são baixos. “Minas Gerais, por exemplo, que tem onze universidades federais, absorve R$ 1,2 bilhão. O Rio de Janeiro, R$ 1,3 bilhão, e o Rio Grande do Sul, R$ 900 milhões. O gasto com o Paraná, no entanto, é de R$ 300 milhões”, declarou Rizzi. Para manter as seis universidades estaduais, o governo do Estado gasta R$ 420 milhões.

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