Cresce público fiel dos brechós em Curitiba

 A manicure Ruth Leite, de 37 anos, costuma a procurar roupa nos brechós de Curitiba. Ela, que ainda não conseguiu encontrar um vestido de noiva encomendado pela irmã, faz parte de um público grande e fiel das lojas de roupas usadas ? pessoas de várias idades e classes sociais que vasculham os brechós em busca de calças e jaquetas assim como se vasculha um sebo atrás daquele livro tão caro nas livrarias ou daquele vinil fora de catálogo. “Acho muita roupa boa, de marca e conservada”, conta Ruth.

Uma olhada nos preços explica tamanha procura. Calças de grifes famosas, como Ellus e Sexxes, que saem nas lojas por volta de R$ 200,00 e R$300,00, são encontradas por menos de R$ 40,00 nos brechós. E assim é com jaquetas de couro, agasalhos e até sapatos. Na tarde de ontem, por exemplo, Edna Nonato, dona do Brechó III Milênio, um dos mais tradicionais da cidade, vendia uma bota de legítimo couro de cobra.

Só na Rua Mateus Leme são mais de dez brechós, sempre movimentados. “O movimento é bom sim, até porque estamos no inverno, mas já houve épocas melhores”, conta Edna. Segundo ela, o excesso de lojas atrapalha a compra das peças. “Antes tinha fila de gente vendendo roupa; agora, como são muitas casas, é difícil achar peça boa.”

A clientela, no entanto, está aumentando. Edna acredita que o curitibano perdeu a vergonha de comprar nos brechós. Comprar em loja de roupa usada passou a ser sinônimo de moda. “Tem muito ator, gente de teatro que vem sempre.” E são os homens, que compram mais, garante Edna, apesar da presença assídua das mulheres. “Elas olham bastante, eles vêm e compram”, compara.

Voltar ao topo