Costa do Paraná ganha parque subaquático

Em agosto, o Paraná ganha o primeiro parque subaquático da América Latina, localizado entre as ilhas dos Currais e Itacolomis. Ele será formado por duzentos recifes artificiais que vão abrigar e fornecer alimentos a cerca de 60 espécies de peixes. Os recifes estão divididos em 10 grupos e cada um tem uma finalidade diferente. Entre eles, estruturas que evitam a pesca predatória por meio de arrasto e, ainda, recifes artificiais que servem de abrigo para lagostas. O visitantes terão acesso ao local por meio de escolas de mergulho.

Desde 1997, o Instituto Ecoplan em parceria com o Ibama vem povoando o litoral com recifes artificiais. O objetivo é conservar a biodiversidade, evitar a pesca de arrasto e incentivar a pesca artesanal e o turismo. Duas mil estruturas já foram submersas em 14 quilômetros de extensão entre as ilhas Currais e Itacolomi.

O superintendente da Ecoplan, Fabiano Brusamolin, explica que o parque vai facilitar a visitação de turistas. Num único mergulho será possível conhecer os 10 tipos de estruturas que abrigam as mais variadas espécies. Antes, isso era impossível, já que os exemplares não estavam concentrados num único local. Parcerias com escolas de mergulho serão firmadas. “Queremos que o visitante, além de apreciar a beleza do local, aprenda um pouco mais sobre o meio ambiente e a importância de preservá-lo”, observa.

O recifes artificiais são feitos de um concreto especial que é mais resistente e não agride o meio ambiente. Eles apresentam formas variadas que lembram sólidos geométricos, como o quadrilátero e o tronco de cone e de pirâmide. Em média, pesam entre 1 mil e 1,2 mil quilos, com cerca de um metro e meio de extensão. Entre eles, o Reefball, que serve para abrigar espécies de peixes pequenos. As aberturas os protegem de predadores maiores e a porosidade facilita a aderência de microorganismos que servem de alimento. O mergulhador também poderá conhecer um dos mais novos modelos criados, que ainda não foi testado. O recife que vai abrigar lagostas: “A espécie gosta de tocas em formato de fenda horizontal”, explica Fabiano.

Pobre

Segundo Fabiano, o litoral paranaense é pobre em substrato rochoso, por isso há poucas ilhas e recifes. As estruturas jogadas no mar ajudam a preservar as espécies, principalmente as ameaçadas de extinção, como o mero, que chega a pesar 400 quilos. Até balões de betoneiras, que misturam cimento em caminhões, vão ser usados, depois de passar por um processo de limpeza e descontaminação.

O mergulhadores também vão poder apreciar a escultura de uma sereia feita pelo artista plástico paranaense Rogéryo D. Ribeiro. Ela será oca e servirá de abrigo para os peixes. “Posso dizer que é a primeira escultura viva que eu faço. Depois que os organismo marinhos se fixarem no local, ela terá vida”, ilustra. Os duzentos recifes artificiais serão afundados na primeira quinzena de agosto.

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