Um grupo de índios ocupou a Secretaria Estadual de Educação (Seed) no bairro Água Verde, em Curitiba, da tarde de terça-feira (17) até o meio da manhã desta quarta-feira (18) O protesto foi contra os critérios de contratação de professores pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) para dar aula nas aldeias do Paraná.

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Após reunião nesta quarta com o diretor da Seed, Gláucio Dias, ficou definido que não será realizada prova para contratação desses professores tanto paras escolas indígenas quanto quilombolas. Ou seja, será mantido o sistema antigo de contratação, com análise de títulos da Seed e aprovação do cacique de cada aldeia. A reunião foi acompanhada por representantes do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Fundação Nacional do Índio (Funai). Com a decisão, os índios desocuparam a secretaria.

Neste ano, a Seed adotou prova para seleção de professores PSS, inclusive de aldeias indígenas. Entretanto, os índios querem que os professores das línguas guarani e kaigang não façam a prova, já que muitos não fizeram faculdade, apenas magistério. Dessa forma, os índios cobram da Seed que seja mantido o atual sistema de escolha dos professores, com prova de titulação por parte do estado e nomeação feita a partir da aprovação do cacique de cada tribo.

A Seed já havia aceitado a reivindicação dos índios terça-feira. Mesmo assim, o grupo decidiu permanecer na Seed até que a decisão fosse oficializada em documento, o que ocorreu nesta quarta. O Paraná tem 377 professores PSS atuando em aldeias.

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Por causa da ocupação dos índicos, apenas setores essenciais da Seed funcionaram. Boa parte dos servidores da secretaria teve de trabalhar de casa no sistema home office.

APP-Sindicato

A App-Sindicato – entidade que representa os servidores estaduais da educação – também fez protesto terça-feira contra a prova para contratação de professores PSS. O protesto foi no Centro Cívico, em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado.

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Representantes da APP-Sindicato foram recebidos pelo chefe da Casa Civil do governo, Guto Silva – o secretário de Educação, Renato Feder, não estava presente.

APP-Sindicato cobra o cancelamento da prova no dia 13 de dezembro para contratação de professores PSS, sendo mantido o sistema de contratação por avaliação de títulos. A alegação é de que o exame traria risco à saúde dos candidatos durante a pandemia de coronavírus. O edital é para contratação de no mínimo 4 mil professores PSS, número que pode ser maior conforme a demanda.

No dia 30 de outubro, um grupo de professores chegou a invadir a Seed exigindo uma reunião para falar da prova dos professores PSS, mas logo eles deixaram o prédio.