Conscientização ribeirinha na prática

A fim de realizar educação ambiental e conscientizar a população ribeirinha sobre a importância de cuidar dos rios, fonte de sua sobrevivência, um grupo de quatro pessoas, liderado pelo guia de rafting paranaense Antônio Satyro, vai percorrer alguns rios das regiões Norte e Nordeste dentro do projeto Pelos Rios do Brasil.

Ele e mais um cinegrafista, um fotógrafo e um jornalista sairão da nascente e, remando em um caiaque oceânico, chegarão até a foz. A primeira expedição acontece no mês de setembro no Rio Parnaíba, que faz a divisa entre os estados do Maranhão e Piauí. No ano que vem, a idéia é seguir pelos rios São Francisco, Negro, Solimões e Amazonas.

Satyro conta que, em 2001, um amigo dele criou a organização não governamental Centro de Defesa da Nascente do Parnaíba, que desemboca no famoso Delta do Parnaíba, o segundo maior do mundo. Durante uma expedição em um barco a motor de 14 metros, foi feito um trabalho de educação ambiental nas 31 cidades situadas nas margens, com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e dos ministérios públicos do Maranhão e do Piauí. A visita resultou na criação do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. “Esses lugares ainda são bem selvagens, e a população ribeirinha não tem consciência da importância da preservação dos rios. Queremos fazer as pessoas se tocarem disso. Para eles, a água do rio é a mesma que serve para esgoto, para alimento e para o trabalho”, conta Satyro. O guia explica que durante a expedição, em setembro, as atividades de conscientização terão continuidade. O objetivo é não ficar apenas na conversa, e realmente partir para ações.

Caiaque

Depois da experiência no Parnaíba, surgiu a vontade de fazer mesmo percurso a remo, com um caiaque oceânico de capacidade para duas pessoas. Para tanto, o guia chamou outros amigos para percorrer os 1,6 mil quilômetros do rio dessa maneira. O grupo fará ao mesmo tempo registros de imagens para uma exposição fotográfica itinerante e um documentário. “Em princípio, a viagem vai durar entre 30 e 40 dias, mas vamos percorrer também dois afluentes do Parnaíba, o que deve aumentar o percurso em 10 dias”, explica Satyro. Ele e mais um amigo já estão se preparando para a aventura no lago de uma represa em Ponta Grossa.

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