Conflito na Bolívia acaba com férias de curitibanos

O casal Alexandre Haag, de 51 anos, e Raquel de Oliveira Haag, 46, já planejava há pelo menos 25 anos uma viagem à mística Machu Pichu, no Peru. Quando o casal já estava na metade da viagem, em La Paz, na Bolívia, as férias foram abruptamente interrompidas. O conflito que se instalou no país obrigou o casal a voltar para o Brasil no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), junto com outros 62 turistas – 17 deles estrangeiros – há duas semanas.

“Seria a nossa primeira viagem à Machu Pichu. Um sonho de pelo menos 25 anos”, conta o engenheiro Alexandre Haag. “A gente precisou equacionar a questão dos filhos, emprego, e quando tudo já estava certo, acabou acontecendo o que aconteceu”, lamenta. Haag conta que chegou com a esposa em La Paz, no dia 11. Passariam dois ou três dias na capital boliviana até seguir viagem ao Lago Titicaca e então a Cuzco, no Peru. No entanto, na segunda-feira, dia 13, o conflito se acirrou. “Houve uma invasão na cidade com milhares de manifestantes. O comércio foi fechado, não havia mais carros nas ruas, não havia ônibus. O aeroporto foi fechado, e as estradas bloqueadas. Enfim, estávamos ilhados em La Paz e sem saber quando sairíamos de lá”, relata.

Apenas na noite de quinta-feira, dia 16, Haag, a esposa e os demais turistas brasileiros foram ??resgatados”pelo avião da FAB. Desceram em Campo Grande, às 6h30, de onde seguiram para o Rio de Janeiro. “O nosso maior desejo era voltar para o Brasil. As férias deixaram de ser prioridade”, conta. Alexandre Haag e a esposa, no entanto, não desistiram de realizar o sonho de conhecer Machu Pichu. “As passagens de volta já estão compradas. Agora só falta aguardar uma oportunidade.”

Haag explica que não chegou a presenciar cenas de violência e morte, mas lembra que barulhos de explosões eram freqüentes, assim como imagens de carros tombados e queimados. “A Bolívia está em estágio muito atrasado do ponto de vista democrático e econômico”, comentou.

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