Confirmado caso de dengue em Londrina

O primeiro caso de dengue registrado no Paraná neste segundo semestre foi importado de Boa Vista (RO), segundo confirmou ontem a Secretaria de Saúde de Londrina. A paciente, de 22 anos, procurou a unidade de saúde do Jardim Leonor (região oeste), onde realizou os exames para o diagnóstico da doença. Segundo relato da paciente à equipe da unidade, os sintomas apareceram dez dias depois de viagem que ela fez a Boa Vista. “Como a data de início dos sintomas está ligada à viagem, o caso é considerado importado. Outro fato importante é o local. Os estados do Norte e Nordeste são pontos em que a dengue é endêmica”, afirmou Sônia Fernandes, gerente de Epidemiologia da secretaria.

A primeira medida da secretaria foi o bloqueio de área num raio de 300 metros nas proximidades da residência, espaço que é a média de autonomia de vôo do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O mesmo procedimento é tomado em todos os casos suspeitos que chegam às unidades. “Dentro do raio de 300 metros, é aplicado o inseticida com as bombas costais e é feita também a verificação de focos”, disse a gerente. A medida é preventiva, porque se o paciente com dengue é picado pelo mosquito torna-o infectado. “O mosquito contrai o vírus e depois de oito dias fica apto para transmitir a dengue”, explicou Josemary de Arruda Campos, diretora de Epidemiologia e Saúde Ambiental.

Atualmente, são notificados 15 casos suspeitos por dia. “Todos os exames até agora (segundo semestre) têm resultados negativos, exceto esse caso de dengue importada”, disse Sônia Fernandes. O último índice de infestação do mosquito Aedes aegypti registrado em outubro pela Secretaria de Saúde de Londrina foi de 0,49%. “Este índice reflete épocas mais frias e secas. A partir de 1.º de dezembro vamos fazer novo levantamento”, explicou a gerente, lembrando que a taxa ideal determinada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) deve ficar abaixo de 1%.

A secretaria registrou desde janeiro 11.646 casos notificados, dos quais 5.836 foram confirmados (o número inclui o caso importado de Boa Vista). Para a prevenção, o município desenvolve ações de verificação de focos e orientação da comunidade através dos 226 agentes de saúde. “As ações não pararam, são permanentes. Além das visitas, para cada caso suspeito fazemos o bloqueio”, destacou Sônia. Nas áreas de risco social, a vigilância é intensificada com mutirões.