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Comerciantes querem faturar com a Copa

Após Curitiba ter sido confirmada como uma das sedes da Copa, entidades ligadas ao turismo e gastronomia comemoram e acreditam que os danos causados pelo impasse foram minimizados. Para empresários, o Mundial será uma oportunidade para a capital recuperar a imagem que conquistou internacionalmente como cidade organizada.

Segundo o trade turístico, o imbróglio que marcou a decisão final para sacramentar a Arena da Baixada como um dos estádios que receberão os jogos da Copa afetou o interesse do turista por Curitiba. A estimativa é que a capital receba 500 mil turistas durante o Mundial. Desses, 400 mil seriam brasileiros e 100 mil de outros países.

“Ainda acreditamos ser possível recuperar o interesse de turistas brasileiros. Mas o turista internacional é mais complicado, pois esse tem como hábito planejar com boa antecedência seus destinos”, avalia o presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), Dario Paixão. Para ele, a cidade teve sua imagem arranhada. “Ficamos apreensivos em um primeiro momento, pois estamos investindo alto desde 2011. Mas apesar da exposição negativa, acredito que a cidade conseguiu dar a volta por cima a tempo de evitar maiores estragos. A vitrine que o Mundial possibilitará para Curitiba será uma oportunidade para apagar esse episódio”, afirma.

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Segundo os empresários, uma possível exclusão da capital prejudicaria a todos. “Só no ano passado o setor de alimentos fora do lar movimentou R$ 6 bilhões no Paraná. Projetamos para esse ano um aumento de 10%. Só que esse crescimento de R$ 600 mil está previsto para o período próximo à realização da Copa. Apenas em impostos diretos isso significa R$ 180 mil aos cofres públicos”, argumenta o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu.

Para ele, Curitiba tem tudo para ser uma das principais cidades sede dessa Copa. “Curitiba não é apenas um estádio. Tivemos um enorme crescimento nos últimos anos e estamos à frente das outras cidades em termos de qualidade e preços. Seria injusto que a cidade inteira pagasse por erros de terceiros”, diz.

Já a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar) prevê aumento de 35% no movimento durante a Copa. “Nos fins de semana recebemos em torno de 300 mil pessoas, e acreditamos que durante maio, junho e julho esse número dispare para 400 mil. Por isso muitos estabelecimentos investiram de R$ 20 mil a R$ 5 milhões, desde a qualificação de mão de obra, reformas, ampliação e em tecnologia”, comenta o presidente da Abrabar, Fabio Aguayo.

ACP é contra novos feriados

Com a participação de Curitiba confirmada na Copa, volta à pauta da Câmara Municipal o impasse sobre a definição de transformar em feriados os dias em que a Arena da Baixada receberá jogos. Das quatro datas de partidas da primeira fase do Mundial na capital, uma já é feriado: no dia 23 de junho o jogo entre Espanha e Austrália coincide com o duelo entre Brasil e Camarões. A dúvida é sobre os dias 16, 20 e 26 do mesmo mês.

Comerciantes defendem que o setor já sofrerá perdas demais com os 11 feriados certos para 2014. Além dos feriados nacionais e municipais, caso o Brasil chegue à final todos os brasileiros deverão ter sete dias a mais de folga. A Associação Comercial do Paraná (ACP) calcula perdas de R$ 160 milhões por dia.

O vice-presidente da ACP Camilo Turmina defende que os feriados durante jogos de outras seleções não fazem sentido. Para ele, todos sairiam prejudicados. “A maioria da população curitibana não irá ao estádio e nem acompanhará um jogo do Irã pela televisão. Um feriado nesses dias seria desinteressante até mesmo para o turista, que não enc,ontrará quase nenhuma porta aberta. Não seremos apenas nós que perderemos, também haverá prejuízos ao turista, ao cidadão e ao próprio município”, argumenta.

A Câmara apenas aguardava o veredicto da FIFA sobre a Baixada. Está prevista para o próximo dia 24 uma reunião interna entre os vereadores para discutir o assunto. “Acredito que ainda teremos uma audiência pública sobre o tema. Caso não haja uma definição, a questão do feriado será levada a plenário”, diz o vereador Paulo Rink (PPS), que preside a Comissão Especial da Copa.