Comerciantes preocupados com ampliação da UTFPR

O projeto de ampliação das instalações da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no Centro, está preocupando alguns comerciantes da Rua Desembargador Westphalen, em frente à instituição. Sete inquilinos de um terreno que está em negociação com a universidade reclamam que os proprietários dos imóveis sofrem pressão para vender a área. A UTFPR nega as acusações e classificou a situação como “fofoca”.

De acordo com os empresários, os proprietários foram coagidos a vender seus terrenos, com o risco de serem desapropriados caso não concordassem com a instituição federal. Porém, nenhum dono de imóvel concordou em conversar com a Tribuna para relatar de que maneira isto acontece. “Eles acham que podem tomar qualquer atitude. A preocupação existe”, diz o comerciante Marcelo Mello. Para a fotógrafa Rossana Rugik, 48, o questionamento também é sobre o uso dos recursos. “Dizem que a compra dos terrenos está superfaturada. Se isso está acontecendo, não faz sentido dizer que é em prol da educação. Pra mim não é”, critica.

Além dos comerciantes, a manicure Ivani Antônia Zeferino, 35, reclama que vem sendo ameaçada para sair da casa onde mora com o marido e a sogra. O terreno foi vendido para a universidade e o dono já deixou o local, mas ela alega que não tem para onde ir. Desde então Ivani diz que é constantemente abordada por policiais para que saia de casa. “Não me avisaram que o terreno foi vendido. É muita pressão para sair o mais rápido possível. Não consigo mais dormir, estou faltando ao trabalho e sempre com medo de ser tirada à força de casa”, desabafa.

Instituição só compra com aval do MEC

O assessor de desenvolvimento institucional da UTFPR, Vilson Ongaratto, afirma que não teve problema com nenhum proprietário dos 12 terrenos comprados pela universidade. Ele garante que todos os contratos com os inquilinos estão sendo cumpridos e antes da compra ser fechada os comerciantes que alugam os pontos receberam a oferta de compra. “Só compramos os imóveis com base na avaliação da Câmara de Valores e com recursos aprovados pelo Ministério da Educação (MEC)”, explica. Antes disso é também emitido um parecer do Patrimônio da União, informando se possui ou não algum imóvel que poderia ser utilizado ao invés de ser realizada a compra.

A universidade já possuía um terreno na Avenida Silva Jardim e ao apresentar o projeto de ampliação à prefeitura foi orientada a comprar mais um lote. A partir disso a instituição passou a procurar os donos dos outros terrenos próximos. Em relação ao terreno onde os inquilinos reclamam da pressão feita pela universidade, Ongaratto rebate a informação e diz que a proprietária está disposta a negociar. “Este terreno já não é nossa prioridade”, diz. Sobre o caso de Ivani, o assessor afirma que a situação é irregular e só deverá ser solucionada com despejo.

Investimento

Ao todo a UTFPR já investiu R$ 31,2 milhões na compra dos 12 terrenos com o objetivo de investir na expansão da pós-graduação e pesquisa, com a construção de novos laboratórios. O projeto será readequado à nova área disponível e depois enviado para a aprovação da prefeitura. O início das obras ainda depende de recursos para o trabalho.

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