Comerciantes locais reclamam da München

Em cinco dias, a 17.ª edição da tradicional Festa do Chopp Escuro de Ponta Grossa, a München Fest, reuniu mais de 40 mil visitantes. Somente na abertura da festa foram mais de 15 mil. Caravanas de várias cidades do País passam pela cidade. A estimativa é que em dez dias a festa, que começou na última sexta-feira (01) e vai até o próximo domingo (10), receba 100 mil pessoas.

Mas ao contrário do que se imagina, toda essa movimentação na cidade ainda não se tornou um motivo de comemoração dos comerciantes locais. Segundo o presidente da Associação Comercial de Ponta Grossa, Gilmar Denck, fazer com que a festa seja de todos os ponta-grossenses ainda é uma meta a ser atingida nas próximas edições da München. ?De modo geral, o comércio não vê com bons olhos, ou seja, vê na festa uma ameaça. Entre os motivos para isso eles dizem que o chopp da festa vem de fora, assim como os shows, mas, principalmente, pensam que o 13.º é aplicado na festa e não no comércio local?, explica.

Ainda segundo Denck, o fato de a festa ser organizada por um grupo de três grandes empresas, que ganharam a licitação para assumir a atração, também incomoda alguns comerciantes. ?Antes a festa era administrada pela prefeitura, agora foi terceirizada. Isso melhora a competência, mas também cresce o sentimento de que a festa é de um grupo particular. Quem não está diretamente ligado à festa não sente os benefícios. Para as próximas edições, vamos trabalhar com informação entre o setor para fazer com que percebam as oportunidades que vêm com a festa?, afirma o presidente da associação.

O idealizador do evento, que começou em 1989, é o atual prefeito Pedro Wosgrau Filho. Segundo ele a festa foi terceirizada, pois ?para a prefeitura administrar sozinha é preciso estar preparada. Tendo terceirizado, os riscos de acumular prejuízo diminuem?. Segundo ele, apesar da prefeitura não estar diretamente na administração da festa, cada secretário tem uma ocupação, na supervisão dos serviços.

Um dos empresários que administra a festa, Márcio Pauliki, diz que foram investidos cerca de R$ 1,7 milhões. ?Para empatar com o que foi investido é preciso que haja cem mil pagantes. A festa só é viável por conta dos patrocinadores. A München é um grande risco, pois se chove um dia já fica difícil. Nosso ganho é a marca estar presente. Muitos comerciantes locais não entendem isso e ainda acham que a festa tira o dinheiro da praça. Acho que se souberem aproveitar todos podem tirar proveito?, sugere.

Apesar de não agradar a todo o comércio local, há quem aproveita da festa o principal: a animação. Há 17 anos, Walter e Vera Lúcia Rupel, não perdem uma edição. Vestidos em trajes típicos alemães eles comentam o que a München traz de bom para Ponta Grossa. ?A festa trouxe o que estava faltando aqui: o espírito carnavalesco, diversão e alegria?, afirmam.

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