Comerciantes do litoral do Paraná reclamam que receberam água amarelada por meio da rede de fornecimento da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), principalmente entre os dias 1º e 03 de janeiro. Os proprietários de estabelecimentos relatam prejuízos por causa da água com características diferentes. O problema atingiu diversos pontos do litoral paranaense nos primeiros dias do ano.

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Walide Omairi, proprietário de um hotel em Matinhos, relata que faltou água no dia 31 de dezembro, mas conseguiu suprir a demanda dos hóspedes com a água da cisterna. O reservatório recebeu água novamente após a retomada do fornecimento. Foi a partir daí que a água veio amarelada. “Os hóspedes se assustaram e perguntaram o que estava acontecendo. Lençóis e outras roupas ficaram manchados por causa da água. Foi preciso mandar lavar várias vezes para poder retirar aquela coloração e em alguns casos não foi possível retirar as manchas. Alguns hóspedes preferiram sair. A gente trabalha o ano inteiro para este período e acontece isto”, afirma.

Walide Omairi
Dono de uma pousada colheu amostras e fotografou: não descarta acionar a Sanepar.

Omairi, que também faz parte da diretoria da Associação de Hotéis, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Prestadores de Serviço e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral), conta que ligou para a Sanepar nos dias 1º e 02 de janeiro. Escutou dos atendentes que uma equipe especializada iria até o local para verificar o problema, o que não aconteceu, de acordo com ele. A última tentativa foi diretamente com a ouvidoria geral da Sanepar. “Recebi uma ligação à noite no dia 03 dizendo que iam limpar a cisterna. Mas já tinha acontecido. Quem vai me ressarcir pelos prejuízos que tive com isto?”, questiona o dono do hotel. Além dos hóspedes que cancelaram as reservas, ele esvaziou as cisternas, de oito mil litros de capacidade, por causa do problema. Omairi recolheu amostra da água e retirou diversas fotos. Não descarta entrar com uma ação contra a Sanepar.

Abrabar aponta outros casos no litoral

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Fábio Aguayo, da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), confirma que diversos comerciantes foram afetados com o problema da água amarelada. “Eles querem um esclarecimento da Sanepar sobre o que aconteceu. O turista não quer saber. Ele cancela a reserva. O empresário é que fica com o prejuízo”, comentou.

O gerente da Sanepar no litoral do Paraná, Romilson Gonçalves, disse que o problema com a água amarelada ocorreu em diversos pontos por causa da alta vazão no período de maior consumo durante os dias 28 de dezembro e 02 de janeiro. “Foi uma situação atípica para a rede. Com isto, resíduos se desprendem da estrutura da rede. Mas não é sujeira, não é terra. Damos algumas descargas na rede para normalizar”, explica. Segundo Gonçalves, em alguns locais esta água entrou no reservatório e, por isto, é necessário fazer a limpeza da caixa d’água ou cisterna. “É preciso esclarecer que é possível usar esta água. Mas a situação já foi normalizada. Se isto ocorrer, pedimos para as pessoas ligarem para o telefone 115. Nós fazemos a verificação na rua e no imóvel. Em alguns casos, realizamos a limpeza”, comenta.

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