Os comerciantes instalados no Mercado Municipal de Curitiba apostam na redução das vendas em função das reformas no local. A falta de área de estacionamento – que será utilizado para abrigar as bancas de hortigranjeiros – é um dos maiores problemas apontados pelos clientes. Mas, mesmo com os transtornos, consumidores e comerciantes defendem as obras, que devem iniciar na segunda-feira e vão durar 180 dias.
A comerciante Marcelene Xavier de Souza, embora defenda a necessidade da reforma, acha que o mercado vai perder clientes para os supermercados, que possuem áreas de estacionamento. Ela comentou que ontem, primeiro dia que a área do mercado ficou fechada em função das transferência das bancas de frutas e verduras, muitos reclamaram que não achavam vaga para deixar os carros. “No sábado, dia de maior movimento, isso deverá ser pior”, comentou Marcelene, afirmando que a situação ficou mais complicada porque todos os estacionamentos particulares instalados em volta do mercado estão alugados para os permissionários que trabalham no local.
Uma das alternativas apresentadas foi a liberação das vagas do Estar – estacionamento regulamentado – nas proximidades do Mercado Municipal. O secretário municipal de Abastecimento, Delmo de Almeida Filho descartou essa possibilidade, pois entende que pessoas que trabalham nas imediações estacionariam os veículos nas vagas durante todo o dia e os clientes do mercado continuariam sem opção. Ele sugeriu que os comerciantes devolvam o dinheiro do estacionamento aos clientes em forma de desconto nas mercadorias. A proposta ainda será discutida.
Necessário
Segundo Osvaldo Cardoso Vieira, que há 42 anos vende cereais no Mercado Municipal, a reforma é uma antiga reivindicação dos freqüentadores e comerciantes. Ele acha que a obra é fundamental para o bom funcionamento do prédio. “Sabemos que o movimento pode cair, mas o retorno vai valer a pena”, disse, acrescentando que o local deverá conquistar um novo público . A mesma opinião tem a comerciante Julia Nakagawa. Ela entende que a clientela do mercado poderá reclamar, mas depois da reforma terão mais satisfação de freqüentar o local.
Muitos clientes comentaram que ainda não sabiam do projeto de reforma. A dona de casa Lúcia Tereza Teixeira, que faz compras todos os meses no Mercado Municipal – pelas opções e variedade de produtos -, diz que as mudanças são necessárias. Para ela, algumas bancas precisam melhorar questões como higiene e atendimento, e isso poderá ser resolvido com as obras. A empresária Marinete Azevedo disse que ficou surpresa com a notícia, e espera que a circulação no local melhore. “Venho ao Mercado Municipal todos os sábados, e é muito difícil transitar aqui dentro”, disse.
Moderna praça de alimentação
A reforma do Mercado Municipal vai custar R$ 1,8 milhão, sendo os recursos provenientes do Fundo de Desenvolvimento Urbano do programa Paraná Cidade, do governo do Estado. Durante as obras o local vai funcionar normalmente, e após a conclusão, o horário de atendimento poderá ser estendido até às 21h.
Construído em 1958, o prédio do Mercado hoje abriga 190 boxes e 100 bancas. Esse número poderá ser ampliado, já que os pontos comerciais serão setorizados. As informações são do secretário municipal de Abastecimento, Delmo de Almeida Filho, que acrescentou que será criada uma praça de alimentação, a ser instalada na parte superior do prédio no pavilhão da rua General Carneiro, interligado com a área da 7 de Setembro através de passarela de armação metálica. “Ele vai ser modernizado sem perder a memória”, afirmou o secretário.
Os permissionários não irão pagar pelas reformas. Apenas os comerciantes que trabalham no setor de alimentação terão que investir no revestimento do piso e paredes, seguindo as especificações técnicas passadas pela Prefeitura. Hoje os comerciantes instalados no Mercado Municipal possuem uma permissão de uso a título precário. Eles pagam apenas pelo metro quadrado do uso do solo – tabelado em R$ 8,61 m2 – e uma taxa pela manutenção.
Serviço:
o Mercado Municipal abre de terça-feira à sábado das 6h às 18h, domingo das 7h às 12h e na segunda-feira das 7h às 14h. (RO)