Comerciante quer criar espaço para acolher dependentes

Há cinco anos na luta para conseguir – sem sucesso -tratar a dependência química de seu filho, a comerciante Gesla Aparecida do Valle, 48, tenta agora um novo desafio. Ela pretende criar um espaço para acolher dependentes químicos e ex-detentos, com o objetivo de oferecer a eles apoio e encaminhamento a tratamentos adequados. Parte da história de Gesla já foi contada no Paraná Online. Por duas vezes em menos de um ano seu filho Washington do Valle Ferreira de Almeida, 20, foi preso por tentativa de extorsão ao ser acusado de simular o próprio sequestro e pedir para a mãe o dinheiro do resgate. A última ocorrência foi no final de novembro e o jovem ainda está preso. Antes disso, o rapaz deixou de morar na casa da mãe, ficou nas ruas, onde chegou a se prostituir para conseguir droga, e fugiu de uma clínica de recuperação.

A ideia de criar o espaço surgiu depois que a comerciante acompanhou de perto o drama dos dependentes químicos. Enquanto procurava sozinha por Washington nas ruas de Curitiba ela conheceu os principais pontos de venda e consumo de drogas no centro da cidade, como as Praças Osório e Santos Andrade, os fundos da Catedral e os arredores da Biblioteca Pública do Paraná. “Tudo que se possa imaginar eu tentei, ele perdeu tudo na vida”, lembra ela que também percebeu a necessidade de atenção a estas pessoas. “O dependente químico precisa ser analisado para saber que tratamento fazer. Quero criar um lugar de acolhimento, de amparo, que a pessoa se sinta em família”, diz.

Para que o projeto se torne realidade, Gesla precisa de doações e da ajuda de pessoas interessadas em colaborar com o trabalho. Ela já tem o local para abrigar a iniciativa, uma chácara da família em Almirante Tamandaré, mas que precisa de reformas. Também será necessária uma equipe técnica para prestar o atendimento. “Minha ideia é que cada usuário tenha um padrinho, que possa auxiliar com cestas básicas, produtos de higiene e outras doações”. Sem desistir da recuperação do filho, ela está confiante de que esta sua iniciativa irá trazer bons resultados para ele e outras pessoas que precisam de ajuda. “O amor de mãe não acaba, eu acredito na recuperação. Meu filho não é bandido, ele é dependente químico e precisa de tratamento”.

Serviço:

Interessados em colaborar com o projeto de Gesla podem entrar em contato com ela pelo telefone (41) 9686-5804.


Atendimento especializado

Casos de dependência química são tratados no sistema público de saúde por meio dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad). O atendimento começa pelas unidades de saúde. Os casos mais complexos são encaminhados aos centros, onde há uma equipe composta por psicólogos, assistentes sociais e demais especialidades com foco na redução de danos, além da realização de atividades culturais e profissionais. O tratamento depende da adesão do paciente.

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