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Colégio top no Enem 2011 hoje tem aulas em salas improvisadas

Apesar de figurar na lista dos dez melhores estabelecimentos de ensino público de Curitiba no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, o Colégio Estadual Yvone Pimentel, no Novo Mundo, sofre com a precária estrutura oferecida aos alunos, professores e funcionários. Desde novembro do ano passado, as salas de aula do prédio principal da escola estão interditadas por apresentarem vazamentos no teto e danos na estrutura. Os alunos passaram a assistir aulas em salas construídas provisoriamente no ginásio.

“Se antes a gente sofria com as goteiras e poças d’água dentro de sala, hoje sofremos com o calor que faz dentro das novas salas”, afirma a estudante Isabel Ventura, presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Yvone Pimentel. “As salas são construídas com dry wall e não suportam o peso dos ventiladores. Daí o sol bate direto no teto do ginásio, que é de telha metálica e calor se torna infernal. Nessa época do ano fica insuportável. Semana passada, uma colega minha desmaiou em sala por causa do calor”, relata.

Sua colega Karollyne Guimarães Brizola afirma que os alunos também sofrem com a falta de estrutura. “Como perdemos o ginásio coberto, ficamos com uma quadra de cimento descoberta, onde o piso está todo quebrado. Então, temos que torcer pra não chover pra ter aula de educação física ou até mesmo aproveitar o intervalo”, conta.

Segundo a estudante Alana Patrícia Karas, alguns alunos já torceram o pé porque o piso das salas é irregular. “Além disso, temos alunos especiais e alunas grávidas que correm o risco de cair e se machucar feio. Fora o refeitório, que não tem teto, e os banheiros, que são horríveis e pequenos para atender toda a escola”, reclama.

Briga antiga

De acordo com Arivaldir Gaspar, membro da comissão formada para buscar uma solução para o colégio, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) prometeu terminar a reforma no final de 2012. Desde 2009 a comunidade escolar luta pela revitalização. “Até hoje nada aconteceu. O que era pra ser uma situação temporária está se tornando permanente. Enquanto isso, as crianças e professores sofrem diante da pouca estrutura. Até o secretário da educação e vice-governador veio aqui e viu as más condições. Colocaram os alunos no ginásio e depois disso nada foi feito”, lamenta.

Sábado, membros do grêmio estudantil do colégio farão uma manifestação em frente à escola para pressionar a Seed a iniciar as obras. “A secretaria dá um monte de prazo e afirma que o projeto está parado. Mas um ano é muito tempo e queremos que a reforma aconteça logo, antes que os alunos desistam de estudar aqui”, diz Isabel Ventura, presidente do grêmio.

Reconstrução

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) informa que o Colégio Estadual Yvone Pimentel será totalmente reconstruído. “Até que as obras sejam entregues, foi decidido de comum acordo com a comunidade que os alunos seriam atendidos em outro local”, cita. Conforme a Seed, a empresa contratada para fazer o projeto executivo da nova escola deve apresentá-lo nesta semana. Depois disso, será feita a licitação. “O prazo estipulado inicialmente para entrega do projeto e início das obras foi recalculado em função de restrições ambientais, devido à existência de um córrego vizinho à escola”, alega. A previsão é que as obras comecem em 2013, com investimento de R$ 6 milhões.

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