Quando a aula termina, dezenas de alunos do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, no São Braz, não voltam para casa nem ficam pelas ruas. Duas vezes por semana, o sinal que marca o fim do expediente escolar também avisa que é hora da capoeira.

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Há cerca de um ano, a atividade é oferecida para os estudantes e toda a comunidade do São Braz. Iniciativa que partiu da reivindicação dos próprios moradores do bairro. “A ideia surgiu em reuniões com as associações locais e a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). É algo pelo que as pessoas se interessam, que combina com as característias da nossa comunidade”, diz o diretor geral do colégio, Cícero Donadeli.

Marco Andre Lima
Gian, o Professor Aranha: ajuda no desempenho escolar.

Para sair do papel, o projeto contou com patrocínio da Casa China e apoio da empresa Brasil Crachás, além da Fiep e da associação de pais e mestres local. Os recursos permitiram a compra de instrumentos musicais, uniformes e a contratação do professor Gian Carlos de Freitas, conhecido como Professor Aranha, do grupo de capoeira Muzenza.

“Moro no bairro e estudei aqui neste colégio”, conta Aranha. “A maioria das crianças sai da escola e vai para a rua. Por isso estamos dando a elas mais uma opção de atividade, que ajuda bastante no próprio desempenho escolar”, aponta o professor. A pedagoga Josilena Silveira confirma que a capoeira é mesmo reforço para aprendizado. “Melhora bastante a organização, o comportamento e ensina as crianças a ter limites e disciplina. A forma de organização da capoeira ajuda muito em sala de aula”, destaca.

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Atualmente, cerca de trinta pessoas participam das aulas de capoeira, que tomam conta do pátio do colégio às terças e quintas-feiras, a partir das 17h30. “É um horário fora da aula para que eles aproveitem esse momento para sair da ociosidade. E assim, através da atividade física, eles ficam mais dispostos e melhoram o desempenho nas outras disciplinas”, reforça Donadeli.

Além dos estudantes, as aulas contam com a participação de funcionários do colégio. Como José Augusto Kuchla, que trabalha na secretaria. “Venho porque faz bem saúde do corpo e da mente e é uma integração com a escola e a comunidade. A participação poderia ser maior”, avalia.

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