Cohapar quer esclarecer caso da Vila Bocaína 2

Entidades não-governamentais, entre elas a Pastoral da Terra e Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), vêm fazendo uma série de denúncias em relação à Vila Rural Bocaina 2, implantada há sete meses em Ponta Grossa. As entidades acusam o governo de cobrar um valor injusto pelos lotes a serem repassados a 23 famílias e disponibilizando áreas impróprias à agricultura, em terrenos pedregosos. Na manhã de ontem, integrantes da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), da Secretaria da Agricultura, do Programa Paraná 12 Meses, ao qual pertence o programa de Vilas Rurais, e da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) se reuniram, no auditório da Cohapar, em Curitiba, para discutir o assunto. Eles atribuíram as denúncias à proximidade do período eleitoral, taxando-as como inverdades.

“O programa Vila Rural existe há sete anos e sempre se mostrou eficiente”, declarou o secretário especial da Política Habitacional e presidente da Cohapar, Rafael Dely. “Estamos dispostos a esclarecer todas as dúvidas e dar todas as informações para esclarecer a sociedade.”

De acordo com o gerente-geral do Paraná 12 meses, Humberto Malucelli Neto, e o diretor geral do Departamento de Economia Rural da Seab, Richardson de Souza, as áreas onde são implantadas as vilas passam por rigorosas avaliações antes de serem adquiridas. “Antes de comprarmos a área onde se encontra Bocaina 2, técnicos fizeram uma série de avaliações e emitiram laudos sobre o valor rural do imóvel”, explica. As famílias, nos primeiros trinta meses, pagam um valor simbólico, que varia de R$ 16,00 a R$ 18,00, pelo uso do local. Só após este período, elas começam a pagar um financiamento, num total de cerca de R$ 35,00 ao mês. O valor da área onde se encontra a vila é de R$ 88.740,00.

Quanto ao fato da região não ser produtiva, o diretor técnico da Emater, José Geraldo Alves, conta que, na área, antes da instalação da vila, eram cultivados trigo e soja. Porém o local também foi considerado próprio ao plantio de feijão e milho. “Fizemos uma avaliação e constatamos que, na região, são produzido, em média, 2.600 quilos de soja e 7.500 quilos de milho por hectare”, afirma. “Sendo assim, é próprio à agricultura. Em sete meses, as pessoas ainda estão se adaptando ao lugar, porém já tem gente tirando renda da produção de milho e feijão.”

José afirma que os principais objetivos das vilas rurais são o desenvolvimento das aptidões dos vileiros, o desenvolvimento de serviços, a melhoria da qualidade de vida, disponibilização de acesso à educação e emprego. “Para isso, os vileiros contam com ampla assistência técnica. Eles não são simplesmente largados nas vilas. Os ajudamos a se adaptarem e desenvolverem”, explica Dely. “Isto contribui para que o homem permaneça no campo e evita que, nas grandes cidades, as favelas sejam engrossadas”.

Atualmente, existem 412 vilas rurais implantadas pelo Governo do Estado. Cerca de 16 mil famílias estão envolvidas. Cada vila contém lotes de aproximadamente 5 mil metros quadrados e casas com 44,55 metros quadrados.

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