CNBB lança projeto para salvar crianças em risco

Para tirar as crianças de situações de risco por meio de atividades educativas e culturais nas comunidades onde elas vivem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a presidência da Assembléia Legislativa do Paraná lançaram ontem o programa Ação Solidária ? Viva a Criança. A iniciativa faz parte de um plano de ação global contra a miséria e a fome, lançado pela Igreja Católica em abril do ano passado. Segundo o secretário-executivo da CNBB no Paraná, padre Carlos Alberto Furquim, a Igreja está à disposição do governo para ajudar na efetivação de projetos sociais.

Para Furquim o projeto lançado ontem é uma espécie de extensão dos programas que a Pastoral da Criança já desenvolve para o bem-estar das crianças. Ações concretas já foram desenvolvidas: em Rio Branco do Sul, foi montada uma biblioteca comunitária com 2 mil livros. Daqui a 30 dias outra deve abrir as portas em Itaperuçu. As obras foram doadas pela comunidade e o espaço emprestado. Em breve, outras cidades devem ser beneficiadas com esta e outras medidas.

O projeto 100% alfabetização vai contar com a ajuda das seiscentas paróquias de todo o Estado. Segundo Furquim, há 10 mil lugares no Paraná onde as aulas poderiam ser dadas, são locais onde ocorrem missas e cultos. A alfabetização seria feita por professores e outros voluntários, que passariam por um curso de capacitação promovido pela Secretaria Estadual de Educação. A proposta ainda será apresentada ao secretário da Educação, Maurício Requião. A igreja também pode ajudar no levantamento de estatísticas. Os catequistas e líderes comunitárias podem percorrer praticamente todos os lugares e ter uma visão precisa da fome e do analfabetismo. Os dados seriam enviados ao governo federal.

Além das pessoas físicas, os comerciantes também vão ser convidados a participar. A CNBB vai apresentar à Associação Comercial do Paraná, uma lista com diversos programas que podem ser desenvolvidos nos bairros pela própria comunidade, mas que precisam de recursos.

O presidente da Regional Sul II da CNBB e arcebispo de Cascavel, dom Lúcio Ignácio Baumgaertner, enfatiza que os programas são pioneiros e devem ser estendidos ao resto do País. Mas para que eles alcançassem resultados vão precisar da ajuda da sociedade. “A igreja não tem recursos humanos e materiais, mas tem a capacidade de assistência e de projetar algo para que a sociedade leve em frente”, explica. O presidente da AL, Hermas Brandão, vai integrar os trabalhos do projeto Viva Criança e vai divulgá-lo junto aos órgãos do governo, além de trabalhar pela aquisição de verbas.

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