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Chuvas levam o caos ao Novo Mundo

Moradores da Vila Uberlândia, no bairro Novo Mundo, convivem com o risco de enchentes do Rio Formosa. Existem casas nas margens e algumas foram demolidas recentemente após a realocação de moradores para casas construídas pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). Mas ainda resta muita gente em áreas críticas. Gente que fica nervosa quando cai uma chuva mais forte.

Moradora da vila há 18 anos, a vendedora autônoma Hilda Salata Amaral já passou por dez enchentes. A solução foi elevar a casa em um metro. Ela está na lista de moradores que serão transferidos para residências da Cohab. “É bom mudar, porque eu fico muito nervosa cada vez que chove. Por causa do contato com a água deste rio, minha filha já teve hepatite”, relembra. Ela também se revolta com a quantidade de lixo dentro do rio. “A culpa é do povo. Nunca joguei um galho aqui dentro, mas já vi gente descartando um monte de coisa ali. O rio está bem sujo e o fedor é insuportável”, afirma.

Gerson Klaina
Depois de dez enchentes e a filha doente,  Hilda não vê a  hora de se mudar.

O risco de enchente também afeta os moradores próximos de outro trecho do rio, nas ruas João Surian e Baldur Magnus Grubba. Moradora há 15 anos da região, Joana Rosa Alves diz que nunca entrou água na casa dela. “Em uma residência ao lado, que foi demolida e o pessoal saiu faz um mês, entrava água. Mas quando chove demais corre o risco da água interditar a rua. Recentemente colocaram uma manilha maior, mas ainda não teve chuva forte para ver como ficou”, explica. Ela também reclama do cheiro forte. “Fica pior ainda à noite”, revela. “O cheiro fica muito forte, ainda mais quando o tempo esquenta”, reforça o metalúrgico Cleiton Soares Dias.

Limpeza

O Departamento de Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que o Rio da Vila Formosa está constantemente na programação de limpeza. Recentemente, foram removidas do local 52 toneladas de resíduos. A prefeitura pede a colaboração dos moradores na manutenção da limpeza no local.

Gerson Klaina

Atração

Faz um mês que um carro queimado está abandonado em uma praça no final da Rua João Surian, no Novo Mundo. “Deixaram o carro ali daquele jeito”, comenta o coletor José Ferreira da Silva. Ele também reclama que algumas ruas da Vila Uberlândia são muito estreitas. “Em alguns trechos também não tem calçada”.

Incômodos

Mudanças exigidas pela prefeitura nas regras de publicidade ao ar livre reduziram em 70% as vendas de gás no balcão da distribuidora, na Rua Maestro Francisco Antonello. Para se adaptar à lei contra poluição visual, o proprietário, Marcos Roberto de Oliveira, precisou pintar o muro que tinha o nome e o telefone do estabelecimento e teve que retirar a placa. Agora o muro está todo pichado. “Queria saber por que não é poluição visual todos esses cartazes e propagandas de políticos espalhados pela rua?”, questiona.

Gerson Klaina

Valorização

Proprietários da ,Banca Novo Mundo, na Avenida República Argentina, os irmãos Guilherme e Rafael Hansen veem no próprio chão a valorização da região. “Antigamente, a Urbs cobrava anualmente a taxa de ocupação do solo, passou a ser mensal e já estudam reajuste”.