Subiu para cinco o número de pessoas mortas em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Paraná no último final de semana. Equipes de resgate localizaram a quinta vítima fatal no fim da manhã de ontem, em Sengés, norte do Estado.

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Uma sexta pessoa continua desaparecida. Já são 27 mil pessoas afetadas em 24 cidades pelos danos da chuva em todo o Estado e cerca de 4 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, de acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil do Paraná.

Pelo menos 50 pontos das estradas do Paraná sofreram com queda de barranco, alagamento ou buraco, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e no Norte Pioneiro.

Entre elas, continuam interditadas a PR-090 (Estrada do Cerne), onde houve queda de barreira nos limites de Campo Largo, e a PR-151, no trecho entre Sengés e Itararé.

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O prolongamento dessa rodovia, a PR-239, também está interrompido. A Rodonorte, concessionária que opera o trecho, tenta restabelecer o tráfego com a construção de acessos paralelos ou temporários, que ainda não são recomendados porque não foram concluídos, o que deve acontecer nos próximos dias.

Além de continuar isolada, cerca de 40% de Sengés continua sem água, assim como as cidades de Tomazina, Pinhalão, Arapoti, São José da Boa Vista e Londrina. O valor estimado do prejuízo, somente em pontes e estradas, em São José da Boa Vista, é de R$ 5 milhões.

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Boa parte das ligações elétricas foram restabelecidas em Sengés e o município está racionando combustível, já que devido à interdição das estradas, não há reabastecimento dos postos e o produto é necessário para as equipes que atuam na limpeza e remoção de entulho.

Em Almirante Tamandaré, na RMC, depois da destruição de vários bairros depois da chuva de sábado, ontem as famílias ainda tentavam recuperar e colocar em ordem o que sobrou, com a solidariedade dos vizinhos.

No Jardim Bonfim, a estrutura de uma ponte de aço foi carregada pela correnteza. Famílias perderam a maior parte dos móveis, que ficaram até um metro embaixo d’água, e têm medo de voltar a dormir à noite, quando pode voltar a chover. “Perdi colchão, o berço do meu filho, tudo molhado”, conta Josiane de Aleluia, de 18 anos.

Sandro Vaz, de 26 anos, passou o dia trabalhando na limpeza de seus pertences. Aparelhos como televisão e computador estavam em cima do telhado para tentar secá-los e recuperá-los.

“Sempre chovia, inundava a rua, mas desse jeito, de entrar água em casa, nunca aconteceu antes”, diz Vaz, que mora na região há 11 anos. Outros temem desmoronamentos de terra, como a moradora Evelin Franco, de 19 anos, do Jardim Marrocos. “Medo a gente tem, mas vamos para onde?”, pergunta.

Hoje o prefeito de Almirante Tamandaré, Vilson Goinski, pretende pedir auxílio financeiro e a reconstrução de 20 casas, que foram condenadas após a inundação que se deu ao longo da bacia do Rio Barigui, para o governo do Estado.

“A malha viária foi completamente destruída e ainda temos 430 quilômetros de ruas não pavimentadas”, afirma o prefeito, que no fim de semana decretou situação de emergência na cidade.