Moradores da Vila São Pedro, no Xaxim, estão preocupados com a proximidade do verão, época do ano em que as fortes chuvas dos finais de tarde costumam elevar o nível do Ribeirão dos Padilha e alagar as casas. Nos últimos dois anos as tempestades causaram grandes estragos. Por isso, toda vez que chove no bairro, os moradores ficam em estado de alerta.
Seu Adelson Campos, 60 anos, é dono de um bar na Rua Dante Honório, próximo a um dos riachos que cortam a vila. Após os constantes alagamentos, ele criou um sistema de contenção de água, com placas de aço que são colocadas na porta do estabelecimento. “Toda vez que começa a formar umas nuvens mais pesadas é aquela tensão. Já fico de olho e, se apertar a chuva, corro para colocar as placas. Se eu não tivesse feito isso, já tinha perdido tudo no meu bar”, relata.
O comerciante diz que no verão a situação é mais complicada. “Tenho uma casinha no Balneário de Ipanema, aqui no litoral do Paraná, mas como posso aproveitar? Não dá pra sair daqui nessa época. Chove forte quase todo o dia no fim da tarde e daí não tem como ficar tranquilo na praia. É uma vergonha, porque essa situação não é novidade e não conseguem resolver”, desabafa.
Perto dali, na Rua Savério Sevegnani mora a aposentada Luzia Rezende, 78. “Fica todo mundo com medo da água invadir as casas. Aqui na minha casa já teve diversos alagamentos, invadiu a sala e a cozinha. É sempre assim”, conta.
Providências
O Ribeirão dos Padilha, principal rio da região Sul, tem 10,2 km de extensão, da nascente no Capão Raso à foz no Ganchinho. De maio a outubro, a Prefeitura de Curitiba limpou 3 km entre o Xaxim e o Sítio Cercado. Mas a máquina não entra nos lugares onde há casas com pessoas morando na beira do rio. A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) já reassentou 88 famílias no Moradias Boa Esperança 2, no Tatuquara. Para outras 181 famílias serão ofertadas residências no Moradias Cerâmica, também no Tatuquara, em fase final de obras. Porém há moradores que não querem sair do local.