Cemitérios são alvo de vandalismo e de roubos

Os cemitérios da capital estão sendo atacados cada vez mais por vândalos e ladrões, que invadem os locais em busca de placas de bronze, alumínio e até puxadores de gavetas. Na última terça-feira, um homem que estava sendo procurado pela polícia há três meses foi preso roubando peças de túmulos.

O chefe de divisão de cemitérios municipais de Curitiba, Juarez Lopes de Oliveira, diz que os roubos geralmente são praticados pelas mesmas pessoas que costumam vender o material em ferros-velhos. “Eles ficam observando o guarda municipal e assim que dá, entram no cemitério”, explica. Mesmo com o risco de prisão, o número de pessoas que praticam esse crime vem aumentando. Há cemitérios mais visados, como o municipal do Boqueirão e o da Água Verde, onde a prática criminosa virou rotina. Já nos municipais de Santa Cândida e São Francisco de Paula, por exemplo, os casos são mais espaçados.

Questão cultural

Segundo Juarez, a conscientização popular é algo difícil, pois está ligada à cultura e aos princípios de cada um. Nos casos de túmulos quebrados e até de crânios jogados nos corredores dos cemitérios, a situação pode ser constrangedora. Os túmulos são geralmente consertados imediatamente, para evitar que os visitantes deparem, por exemplo, com uma ossada jogada no chão. “As pessoas têm carinho pelos seus entes e quem faz esse tipo de prática, brinca com os sentimentos das outras pessoas.”

Se durante o dia, entram nos cemitérios para roubar, à noite, grupos de vândalos utilizam o espaço para consumir drogas, namorar ou danificar túmulos. Outros vão em busca de ossadas para fazer “trabalhos” ou “despachos”.

Os cemitérios em que o jazigo fica abaixo da terra, como no Parque São Pedro e Parque Iguaçu, os atos criminosos são menos comuns, pois as placas de bronze são fixadas numa base de cimento.

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