Cemitérios de Curitiba sofrem com falta de vagas

Está faltando espaço nos cemitérios municipais de Curitiba. De acordo com o Serviço Funerário, ligado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smma), está ocorrendo um estrangulamento do sistema, que hoje não apresenta vagas. Na capital, existem 18 cemitérios, sendo quatro municipais: São Francisco de Paula, Água Verde, Boqueirão e Santa Cândida.

De acordo com a Smma, na última década, somente um cemitério foi construído: o Parque São Pedro, no bairro do Umbará. A fila de espera nos cemitérios municipais do Boqueirão e do Santa Cândida já chega a 800 pessoas. Nos cemitérios municipais, os lotes são administrados através de uma concessão, ou seja, uma pessoa entra na fila de espera, e somente quando ocorrer algum abandono a vaga fica disponibilizada.

O diretor do Serviço Funerário, Enzo Bonetto, informou que um levantamento do total dos lotes dos cemitérios está sendo realizado pela Smma, para saber o número exato de vagas ainda disponíveis. O principal problema apontado por Enzo se refere à população carente, que depende essencialmente dos lotes nos cemitérios municipais.

De acordo com a Smma, são registrados 1,2 mil óbitos por mês em Curitiba – 20% desse total é de população carente, sem condições de pagar e garantir um lote nos cemitérios particulares. “Quem sobrevive dignamente tem condições de realizar um enterro em um cemitério particular ou aguardar na fila de espera. Não é o mesmo caso dos carentes e dos indigentes. Por isso a preocupação do município é grande. A única opção dessas pessoas são os lotes municipais”, disse Enzo.

Outra opção seria a rotação de vagas nas gavetas, com a realização da exumação. No entanto, destaca o diretor, o prazo para que esse procedimento seja feito é de três anos. Enquanto o período não vence, a espera por vagas continua aumentando. “É extremamente complicado. O novo prazo só vence em janeiro, mas os óbitos não param”, conta. “Estamos estudando o que será possível realizar para evitar um colapso”, completou Enzo.

Alternativa

Uma reformulação poderia ser a solução para a falta de espaço nos cemitérios, destaca o Sindicato dos Cemitérios Particulares do Paraná (Sincepar). Por questões ambientais, a retirada da licença para a construção de novos cemitérios seria demorada e geraria altos custos para o município. Esse seria um dos problemas que impedem a identificação de novas áreas, que poderiam vir a se tornar cemitérios.

Segundo o secretário da Sincepar, Andrei Matzenbacher, uma parceria poderia reduzir os problemas. Ele citou o exemplo de Brasília, onde os cemitérios municipais foram privatizados e o poder público não teve que se preocupar com os gastos. “A situação dos municipais é grave. Temos esse conhecimento. Além disso, os custos são muito altos. No caso dos cemitérios particulares, o pagamento de uma taxa garante todos os serviços”, explicou. “A construção de novas áreas também gera muito gasto. E todas as análises de impacto ambiental demandam custo”.

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