Catadores obrigados a abandonar lixão

O impasse sobre a presença de catadores no lixão de Maringá parece estar próximo do fim. Esta semana, o juiz Airton Vargas da Silva concedeu liminar de reintegração de posse favorável à Prefeitura. A ordem judicial deve ser cumprida na próxima segunda-feira. De acordo com o secretário de meio ambiente, José Croce Filho, em 2004 a Justiça já havia concedido a reintegração de posse, mas mesmo assim as pessoas permaneceram. No começo de 2005, iniciou-se um trabalho de convencimento para que os cerca de 116 catadores deixassem o lixão. Muitos saíram, mas outros continuam no local.

O pedido de reintegração de posse foi feito pela Prefeitura há uma semana. Foi necessário um novo pedido de retirada, pois a área está em obras desde abril. O local está sendo modificado para se tornar um aterro sanitário. Até junho deste ano, segundo Croce, algumas pessoas concordaram em sair. No entanto, cerca de 40 catadores resistem e, entre máquinas, ainda ?garimpam? o lixão de Maringá. ?Verificamos que a maioria das pessoas vem de Sarandi e Paiçandu, municípios vizinhos. Eles dizem que não saem devido à situação financeira, mas não procede. Mesmo sendo de fora, estamos oferecendo a essas pessoas que hoje continuam catando o lixo de lá que se juntem às cooperativas de reciclagem que funcionam na cidade e, em média, por mês, chegam a render de R$ 450 a R$ 600?, afirma Croce.

Questionado sobre o real motivo que faz com que as pessoas continuem a garimpar no lixão, o secretário diz acreditar haver um incentivo para a prática. ?Acreditamos que há um certo fomento por parte dos atravessadores, que são os que mais lucram e, por isso, incentivam os ?garimpadores?. Já identificamos quatro que atuam no local?, revela Croce.

Segundo ele, a presença dos catadores no lixão prejudica os próprios trabalhadores, por ser um local insalubre, e também atrapalha muito o andamento das obras. ?Primeiro fizemos o cercamento da área; agora estamos fazendo as escavações das lagoas e outras alterações. Estamos recuperando essa área degradada, que está como lixão há 34 anos, o que não combina com o perfil de Maringá, que é uma cidade conhecida pelo verde. Acredito que, desta vez, os catadores vão concordar em deixar o local pacificamente. Até outubro teremos um aterro, com vida útil de dez anos, aprovado pelo IAP?, anima-se o secretário do Meio Ambiente. 

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