Carteiros pedem reajuste salarial de 77%

Funcionários dos Correios iniciaram ontem uma campanha nacional por reajuste salarial. Em Curitiba a manifestação ocorreu em frente à sede da empresa. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Sebastião Rodrigues da Cruz, eles querem reajuste salarial de 77%, sendo que 67% se referem a perdas acumuladas nos últimos 10 anos e os outros 10% de aumento real. A data base da categoria é dia 1.º de agosto.

Hoje uma comissão nacional começa a discutir em Brasília com representantes do Ministério das Comunicações e da Previdência dos Correios o reajuste salarial. Sebastião fala que os trabalhadores não têm mais condições de viver com um salário tão defasado. Hoje o vencimento médio da categoria gira em torno de R$ 450.

Os trabalhadores não descartam a possibilidade de uma greve nacional. Segundo o presidente do sindicato, a categoria espera que até o dia 20 de agosto um acordo tenha sido firmado: “Se as negociações não avançarem, vamos parar”, avisa.

Pelos cálculos do sindicato, 150 trabalhadores participaram da manifestação, entre eles uma pessoa vestida de Morte. A personagem representava o fim de alguns postos de trabalhos. Em maio, 60 trabalhadores foram demitidos no Estado, e o sindicato começou uma luta para reintegrá-los ao quadro. Sebastião afirma que a maioria estava com problemas de saúde, comprovados por documentação médica. Alguns inclusive haviam sido vítimas de acidentes de trabalho nos últimos meses. Entre os demitidos, 14 concordaram com a exoneração e o restante entrou com pedido de reintegração na Delegacia Regional do Trabalho. Destes, dez já conseguiram voltar ao trabalho e os demais estão aguardando uma posição dos Correios.

Acompanhando a Morte, também havia um vampiro. “Eles estão sugando até o sangue dos trabalhadores”, explica o sindicalista. Além disso, os trabalhadores confeccionaram um cartão vermelho para mostrar seu descontentamento com a direção da empresa. No Paraná trabalham 5.400 funcionários, entre carteiros, operadores de triagem e assistentes administrativos. No País são 103 mil.

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