Carta defende o direito universal à informação

Terminou ontem em Curitiba o Fórum Regional da Sociedade da Informação e Governos Locais da América Latina e Caribe com a elaboração da Carta de Curitiba e do Plano de Ação. Neles, os participantes ressaltam a responsabilidade dos governos em criar políticas públicas aplicando a tecnologia em benefício da população. Além disso, consideraram que a inclusão digital, a informação e a comunicação devem ser tratadas como direitos fundamentais de todo o ser humano. As propostas vão ser apresentadas na reunião Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que será realizada em Genebra, Suíça, de 10 a 12 de dezembro.

Curitiba foi a cidade escolhida para sediar o Fórum porque apresenta vários projetos nesta área. A presidente do Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), Sandra Mara Lopes, fala sobre a implantação do Cartão Aprender, onde os alunos da rede municipal tem gravado toda a sua situação acadêmica, que também dá acesso à eventos promovidos pela Fundação Cultural de Curitiba e descontos em estabelecimentos comerciais. Outro programa é o Cartão Saúde que agiliza o atendimento nos postos de saúde. “Todo o prontuário do paciente está registrado, o atendimento é mais rápido e tem mais qualidade”, fala Sandra. Sandra diz ainda que o encontro verificou que os investimentos nesta área compensam devido aos benefícios que proporcionam. Um dos exemplos é a economia na compra de insumos, já que a informatização garante um gerenciamento de maior qualidade no controle de estoques.

Para o diretor da Agência das Nações Unidas para a Pesquisa e Treinamento (Unitar), Chithophe Nuttal, o conhecimento deve estar à disposição de toda a sociedade, principalmente através da internet. Ele diz que o acesso à informação pode mudar a vida das pessoas. Cita o caso de pescadores e agricultores africanos que se livraram da exploração de comerciantes por que descobriram pela internet o preço justo das mercadorias.

Durante o encontro foram analisadas 44 projetos de vários países e observado os fatores de sucesso, dificuldades e recomendações para sua adoção e aperfeiçoamento, nas áreas de educação, saúde, administração, inclusão digital e governo. A ONU já realizou dois Fóruns Regionais antes de Curitiba, uma na Mauritânia e outro na Espanha.

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