Reclamação

Carros-fortes atrapalham o trânsito, mas têm amparo legal

Diversos motoristas já precisaram de muita paciência no trânsito quando veículos de transporte de valores fazem o serviço de carregamento ou descarregamento em frente a bancos, empresas e comércios.

Isso porque os carros forte costumam parar em fila dupla e até mesmo em cima das calçadas, atrapalhando não só o tráfego de veículos, mas também o caminho dos pedestres.

Entretanto, as transportadoras de valores têm total liberdade de parar o mais próximo possível do local onde farão o serviço. Além de se tratar de um trabalho que demanda extrema segurança, as empresas se amparam na resolução 679/97 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

A lei trata os veículos destinados ao transporte de valores como de prestação de serviço de utilidade pública e determina que carros-fortes podem parar e estacionar livremente, independentemente de proibições ou restrições estabelecidas na legislação de trânsito ou por meio de sinalização regulamentar. A medida vale enquanto os carros estiverem em efetiva operação em local de prestação dos serviços a que se destinam e devidamente identificados.

“Não vejo como ser diferente, pelo menos por enquanto. Imagine se eles tivessem que largar o carro quadras distante do local do serviço e andar o percurso com o dinheiro. Não tem como. Ainda tem a questão da periculosidade a que os funcionários ficam expostos”, afirma o advogado Marcos Ulaf, especialista em trânsito.

O próprio Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná (Sindesp), defende que o ideal seriam lugares específicos para o estacionamento dos carros- fortes. No entanto, o presidente do sindicato, Gerson Benedito Pires, afirma que isso é impossível.

“O número de clientes que atendemos é muito grande, então se torna inviável um local específico em frente a cada local”, diz. Pires salienta que, em conversas com a Urbanização de Curitiba (Urbs), foi colocada em pauta a idéia de ao menos existir um local em frente aos bancos, o que facilitaria o trabalho.

Segundo o presidente do Sindesp, a média de parada de um carro-forte em cada atendimento varia de 7 a 12 minutos. “A operação tem que ser a mais rápida possível para diminuir os riscos. O carro também é estacionado de maneira específica para que os funcionários tenham a melhor visualização dos arredores do local”, afirma Pires.