Integrantes do Movimento Pró-Federação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Curitiba e Região Metopolitana, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Fórum Lixo & Cidadania promoveram uma manifestação, ontem, na Boca Maldita, em Curitiba.
Os carrinheiros querem, assim como a empresa responsável pela coleta de lixo na capital paranaense, receber por tonelada de materiais recicláveis retirados das ruas. Atualmente, a Prefeitura paga para a empresa que faz a coleta R$ 35,00 por tonelada.
A intenção dos manifestantes é, com o dinheiro, criar um fundo a ser administrado por um conselho ? formado por carrinheiros ? que beneficie a categoria. “Queremos que nosso trabalho e nossa categoria seja reconhecida”, afirma o coordenador do movimento, Ivo Ribeiro da Silva. “Diariamente, retiramos o lixo das ruas de Curitiba sem custo para a comunidade.”
Segundo Ivo, os carrinheiros coletam, por dia, 360 toneladas de materiais recicláveis, eqüivalentes a 70% de tudo que é coletado nas ruas da cidade. “Contribuímos para evitar a poluição e para que os aterros sanitários tenham uma vida útil maior”, lembra. “Mesmo assim, ainda somos muito discriminados.”
O coordenador se queixa que o preconceito contra os carrinheiros muita vezes parte da própria comunidade. Mesmo admitindo que a discriminação diminuiu, ele diz que algumas pessoas se queixam que os carrinhos atrapalham o trânsito ou ocupam espaço nas calçadas. “Porém nossa atividade possibilita a geração de renda para inúmeras famílias que estão fora do mercado de trabalho formal”, ressalta. Hoje, existem cerca de 6 mil carrinheiros espalhados por toda a Região Metropolitana de Curitiba.
Á tarde, os manifestantes promoveram um concurso para escolher o carrinho de lixo mais bonito. Os primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro de R$ 500,00, R$ 300,00, R$ 200,00 e R$ 100,00. Às 17h, foi realizada uma passeata que saiu da Boca Maldita até o Centro Cívico. Manifestações semelhantes de carrinheiros também ocorreram em outras regiões do país.