Carnaval fomenta a indústria da reciclagem

Não são só os comerciantes que lucram com a temporada de verão e a folia de carnaval nas praias do Paraná. Os carrinheiros e donos de ferros-velhos aproveitam a época para faturar com a comercialização de latinhas de cerveja e refrigerantes. Por semana, algumas famílias chegam a arrecadar até 50 kg e têm um faturamento mensal de R$ 560,00. O preço do quilo em alguns lugares chega a R$ 3,20, mas varia conforme a flutuação do dólar.

Ademar Henrique Armstrong fica de outubro a março no litoral comprando diversos tipos de materiais. Mas o que dá mais lucro é a latinha, devido o preço e pela garantia de conseguir compradores, que são as indústrias de reciclagem. Das 25 pessoas que trabalham para ele, algumas só catam latas e chegam a conseguir até 60 kg por semana. Ele paga aos catadores R$ 2,80 por quilo. Há também aqueles que trabalham vendendo refrigerante e já aproveitam para juntar as próprias latas.

Ademar revela que não ganha muito, mas rende mais do que se trabalhasse como empregado. “Registrado eu ia ganhar R$ 500, assim ganho mais de R$ 1.000”, compara.

Dalvanir Teixeira Borges, dona de um ferro-velho no bairro do Boqueirão, zona sul de Curitiba, também compra as latinhas. Ela é que vai ficar com a produção da semana de Ademar, 350 kg. Mas espera que nos próximos dias o volume chegue a 800 kg. A produção será repassada para empresas de compactação de Curitiba, que entregam as latas para indústrias de reciclagem em São Paulo. Nesta operação vai lucrar em média R$ 500,00.

Dalvanir explica ainda que a comercialização de latinhas virou uma importante fonte de renda para muitas famílias. “É o que dá mais dinheiro, acompanhado do alumínio”, explica. Ela tem cerca de cinco clientes fixos, que moram numa área de invasão na cidade e encontram nas latas a ajuda para o sustento. Ela diz que no último sábado pagou R$ 1,300 pelas latas, comprando a R$ 3,20 o quilo.

A dona do ferro-velho também é uma dessas poucas pessoas que gostam quando o dólar sobe, já que ele regula o preço do quilo do material: quanto mais alto, mais caras ficam as latas. “Isso acontece com o preço de todos os metais não-ferrosos”, afirma.

Élcio Araújo é outro que vê nas latas uma importante fonte de renda. Ele compra latas de outros carrinheiros e vende para ferros-velhos em Curitiba. Por dia, comercializa menos de 100 kg, mas nos dois primeiros dias de carnaval chegou a comprar 300.

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