Capital tenta combater exploração sexual infantil

Hoje, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, integrantes do programa Agente Jovem vão distribuir panfletos sobre o assunto para os visitantes da feira de artesanato do Largo da Ordem, em Curitiba. Será mais uma ação da Prefeitura voltada à proteção das crianças de Curitiba, onde nos últimos dois anos foram verificadas quedas sucessivas no número de vítimas de exploração sexual.

Dados da Ação Integrada de Fiscalização, operação noturna que reúne integrantes da Fundação da Ação Social (FAS), secretarias municipais do Meio Ambiente e Urbanismo, Vigilância Sanitária, polícias Militar e Civil, Juizado da Infância e Juventude e Conselho Tutelar, mostram que nos 229 locais vistoriados de janeiro a abril deste ano não foram encontrados menores sendo explorados sexualmente. Em 2001, quando a ação integrada começou, foram realizadas 218 vistorias em boates, saunas, bares, bailões, motéis, postos de combustíveis, hotéis de alta rotatividade e pensões. Naquele ano, a equipe constatou que 26 adolescentes estavam sendo exploradas nesses locais. No ano passado, apesar de as vistorias terem aumentado para 470, foram encontradas 14 menores na mesma situação.

“O trabalho funciona como uma medida de proteção e tem surtido efeito. Temos encontrado cada vez menos meninas nas casas noturnas”, afirmou Sueli Grossmann, psicóloga da FAS que, junto com outros colegas da fundação, trabalha nas madrugadas para encaminhar os menores para suas famílias ou para abrigos. Na opinião do 1.º tenente Olavo Vianei Nunes, coordenador da operação, a integração de diversos órgãos faz com que o resultado seja imediato. Pontos que produzem ruídos ou não possuem alvarás são fechados, traficantes de drogas são presos e menores em situação de risco são encaminhados para os pais ou conselhos tutelares. “Fiscalizamos estabelecimentos que trabalham na contramão das leis e não contribuem para a qualidade de vida do entorno e fomentam ocorrências policiais”, disse Nunes.

A equipe realiza de uma a duas blitze por semana, em dias variados. Para a do dia 9 de maio, foi preparada uma lista com 19 nomes de estabelecimentos que, segundo denúncias, estariam atuando com algum tipo de irregularidade. Na mesma noite, três casas noturnas onde havia suspeita de exploração sexual foram vistoriadas. Nenhuma delas trabalhava com menores, mas duas foram fechadas por falta de alvará de funcionamento, uma delas no bairro Boqueirão e outra no centro da capital.

Apoio

Além de trabalhar na prevenção, a Prefeitura de Curitiba inaugurou em março o Centro de Referência para Atendimento de Crianças e Adolescentes Vítimas de Exploração e Abuso Sexual, que funciona junto ao viaduto do Capanema, no Rebouças. Nele foram atendidas em abril 380 crianças e adolescentes.

Com uma equipe que possui psicólogos, assistentes sociais e educadores, o centro é resultado de parceria entre o município e o projeto Sentinela, do governo federal, e tem o apoio da ONG Centro de Conivência Menina Mulher. Ele oferece apoio às vítimas, suas famílias e também trabalha com os agressores.

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