Campanha do Sesc previne surdez

A terceira campanha de orientação e prevenção da deficiência auditiva promovida pelo Sesc começou ontem no bairro do Portão, zona sul de Curitiba. Este ano os organizadores esperam aumentar em 70% o número de atendimentos em relação ao ano passado. Em 2001 foram 1300 consultas, agora devem ser 2000. A média de pessoas que apresentam alguma deficiência é de 15%, a maioria idosos. O atendimento vai ser realizado até sexta-feira e é gratuito.

A campanha é destinada a pessoas com mais de 12 anos de idade, mas quem mais procura o atendimento são os mais velhos, principalmente quem já apresenta alguma dificuldade para ouvir. É caso de José Elizeu Ribeiro, de 80 anos. “Escuto bem, mas a minha mulher diz que às vezes fala comigo e não ouço. Vim conferir”, diz. José Elizeu fez o exame e não foi constatado nenhum problema.

Exame gratuito

A oportunidade de fazer o exame sem gastar dinheiro tem atraído pessoas até de outros municípios da Região Metropolitana. Ana Winiewski, 49, veio de Pinhais. Ela conta que há algum tempo sente dificuldade para ouvir, mas nunca conseguiu um atendimento pelo SUS. Lauraci Martines, 56 anos, também está aproveitando a campanha porque é de graça. “Sou funcionária pública aposentada. O IPE não existe mais e o SAS não funciona direito”, reclama.

Mas não é só os mais velhos que estão indo até o Sesc para se consultar, alguns jovens estão aproveitando a oportunidade. Marlon Ricardo Pedro, 16, conta que procurou a unidade para prevenir futuros problemas. “Vim conferir para ver se não há algo errado. Acho que todos os jovens deveriam fazer o mesmo”, diz. A coordenadora da campanha, Elisângela Domingues, ressalta que o tratamento no início tem mais chances de cura.

Elisângela conta que, em média, 15% da população curitibana têm problema de audição, mas a maioria não faz exames pela dificuldade em conseguir atendimento. Os idosos são os mais prejudicados. Além do preconceito que sofrem, a comunicação com as pessoas fica debilitada e isto colabora para o isolamento. “Eles já são um pouco discriminados e acabam tendo dificuldade para se socializar”, explica a coordenadora.

As pessoas que apresentam deficiência auditiva são encaminhadas para exames complementares.

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