Cerca de 120 mil caminhoneiros no Paraná promoveram 20 piquetes em diversos pontos de rodovias estaduais e federais que cruzam o Estado, ontem, no primeiro dia de mobilização contra a falta de estrutura nas estradas do País para o cumprimento da lei federal nº 12.619. Os profissionais consideram positivos os termos da nova legislação, como descanso de 30 minutos a cada quatro horas trabalhadas na estrada e limite máximo de oito horas trabalhadas. Porém, diante do risco de serem multados ou sofrerem qualquer tipo de violência, os motoristas resolveram reivindicar condições mais dignas de trabalho, incluindo uma remuneração melhor.
“Nós não estamos contra a lei, mas queremos que o governo ofereça estrutura adequada para que a gente possa cumprir a carga horária e que reveja a questão do frete. A lei, que era para ajudar esses profissionais, está na verdade prejudicando’, comentou o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ponta Grossa (Sinditac) e líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Neori Tigrão Leobet. Segundo o Sinditac, no Paraná, a adesão dos profissionais que circulam pelo Estado foi de 60%, sendo que a região com maior número de ações foi o sudoeste.
Alguns dos piquetes de ontem foram marcados por conflitos. Na Grande Curitiba, o protesto aconteceu na BR-116 (pista sentido São Paulo) no Posto Costa Brava, em Campina Grande do Sul. Cerca de 30 motoristas tentaram bloquear a passagem dos caminhoneiros com faixas, mas foram controlados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o MUBC, a paralisação é por tempo indeterminado. “Nos próximos dias vai depender de cada caminhoneiro a iniciativa de parar e convencer o irmão da estrada a protestar em busca de um futuro melhor para ele e sua família”, apontou Leobet. “Temos mostrar que a categoria não é desunida como muitos alegam”.
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