Os brasileiros que vivem no departamento (divisão administrativa similar aos Estados das repúblicas federativas) de Canindeyu, no Paraguai, vivem em situação de extrema pobreza. Dos 150 mil habitantes, estima-se que pelo menos 100 mil sejam brasileiros. Governantes do país vizinho resolveram pedir ajuda ao Brasil para enfrentar o problema. O secretário da Saúde, Mário A. Coronil, e Elva Nídia Aguirre de Silveiro, representante da secretaria da Educação, conversaram ontem com o secretário do Trabalho do Paraná, Padre Roque.

Os problemas dos brasiguaios começam pela falta de documentação. “Eles não são nem brasileiros, nem paraguaios”, explica Elva. E este problema se reflete na educação: de cada duzentas crianças, 150 não tem certidão de nascimento para fazer as matrículas. As crianças, jovens e adolescentes estão vulneráveis às drogas e a prostituição infantil. Vários casos envolvendo menores são registrados no Estado.

Elva levantou a possibilidade de o Brasil ajudar Canindeyu por meio de programas como o Fome Zero, para amenizar a fome e a miséria dos brasiguaios.

A fonte de renda da maioria dos brasiguaios é a agropecuária. Mas os brasileiros não pertencem apenas às camadas mais pobres da população. Está nas mãos deles a maior parte das grandes propriedades rurais. De cada dez, sete pertencem a eles.

O secretário terminou o encontro agendando uma visita à capital do departamento, Salto Del Guayrá. Inicialmente deve ser estabelecido um intercâmbio com tecnologia e projetos para melhorar a qualidade de vida da população ? entre eles, o combate à exploração sexual infantil e o apoio ao desenvolvimento de pequenas empresas.

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