BR-476 causa prejuízo ao Vale do Ribeira

A Estrada da Ribeira (BR-476), que começa logo após o trevo do Atuba, em Curitiba, e corta diversos municípios da região do Vale do Ribeira, entre eles Colombo, Bocaiúva do Sul, Tunas do Paraná e Adrianópolis, está precisando de reformas urgentes. A rodovia, usada para escoar a produção regional, não é duplicada e em grande parte nem possui acostamentos. De Tunas do Paraná a Adrianópolis não há asfalto e o trecho está cheio de buracos e mal sinalizado.

Motoristas estão sempre sujeitos a sofrer acidentes ou a comprometer o estado do veículo.

O dono de uma borracharia na beira da estrada, em Colombo, Mauro Sebastião Baltazar, conta que comumente atende motoristas que estouraram os pneus nos buracos. “O pessoal que passa com freqüência pela Estrada da Ribeira costuma ter muitos prejuízos. Já vi pneus novos chegarem estourados ou com as laterais cortadas. Muitas vezes, o estado é tão ruim que nem vale à pena consertar”, diz.

Há pouco mais de vinte dias, o funcionário de uma casa de atendimento a pessoas idosas, Aparecido da Rocha, que passa diariamente pela estrada, estourou um dos pneus dianteiros de seu carro pela segunda vez e em um mesmo buraco. Há quarenta dias, ele teve que trocar a suspensão de seu veículo. “Só com isso gastei mais de R$ 350”, reclama.

Quem anda a pé pelas laterais da estrada também enfrenta dificuldades. Segundo o guardião Normando Ribeiro, além do risco de serem assaltados na estrada, os pedestres correm o risco de serem atropelados. “Quase não há locais para que os pedestres possam atravessar com segurança.”

Tunas do Paraná

O prefeito de Tunas do Paraná, Jorge Tavares, afirma que a Estrada da Ribeira está completamente abandonada e representa um risco para à população do Vale. “Há um fluxo intenso de cargas pesadas e a conservação da estrada é muito precária. Se nada for feito, em breve não vai passar ninguém pela Ribeira.”

O prefeito de Bocaiúva do Sul, Élcio Berti, diz que a falta de conservação da estrada prejudica economicamente todos os municípios do Vale. De acordo com ele, em dias de chuva é impossível que os veículos transitem pela parte não asfaltada, que vai de Tunas do Paraná a Adrianópolis. Na parte de asfalto, fica difícil passar devido aos buracos. “Sem uma estrada boa, fica cada vez mais difícil os municípios conseguirem transportar suas produções. Temos grandes produções de madeira, minérios e citricultura, mas é muito complicado levá-las para outras regiões.”

DNIT

Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (DNIT), existe um contrato de pavimentação de 94,10 quilômetros da estrada suspenso em janeiro deste ano, por ordem do Ministério dos Transportes. “Para serviços de manutenção e conservação dos 122,4 quilômetros entre o Atuba e Adrianópolis foi feita uma licitação pelo antigo DNER.”

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