Bombeiros alertam banhistas sobre perigos

O Corpo de Bombeiros (CB) começa a alertar os banhistas sobre os cuidados na hora de nadar em rios e lagos e sobre o perigo de entrar em cavas. No último verão quatro pessoas morreram afogadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e onze no litoral.

Os dados mostram que a população está mais consciente: foram registradas cinco mortes a menos do que na temporada anterior. Em todo o Estado, foram quinze mortos na temporada 2002/2003 contra vinte no verão anterior. O tenente Itamar Barreto da Mota atribui isto ao clima e também às informações veiculadas na imprensa, palestras em escolas e distribuição de material educativo para a população.

É imprescindível manter certos cuidados na hora de entrar em rios e lagos. Um dos grandes erros dos banhistas é achar que o fundo do rio continua igual a temporada anterior. “Eles não levam em consideração que devido as chuvas o rio ganha volume, pedras e galhos de árvores são arrastados. A pessoa mergulha no local e acaba batendo a cabeça, pode morrer ou ter paralisia”, diz o tenente.

Também é muito comum as pessoas entrarem na água para se refrescar depois de alguma atividade física. A temperatura do corpo está elevada e em contato com a água fria pode provocar um choque térmico. Itamar explica que nestes casos a corrente sangüínea procura levar maior fluxo de sangue para a parte periférica do corpo, que está gelada. Deste modo falta sangue e oxigênio no cérebro. Outro erro também é nadar depois de ingerir grande quantidade de comida ou bebida alcóolica. Em um dos casos de morte que ocorreu no litoral no ano passado a vítima estava embriagada.

As pessoas também precisam ficar atentas ao fenômeno conhecido como tromba d? água, comum no litoral do estado. Começa a chover forte na serra e a água desce em grande volume e alta velocidade, surpreendendo os banhistas. “A tromba d?água faz barulho. Ela vem quebrando galhos de árvores e arrastando pedras. Mas as pessoas não ouvem porque ficam com o som ligado muito alto”, diz Itamar. O conselho é sair da água se houver sinal de chuva na serra.

As cavas apresentam uma situação diferenciada. Elas se formam principalmente devido a extração de areia e argila. As mortes ocorrem por vários fatores. Um deles é o fundo irregular. “Um determinado ponto pode ser raso, mas de repente a pessoa dá um passo e acaba caindo em um buraco”, afirma Itamar. Outro problema destes buracos é que muita gente acaba jogando diversos materiais como pneus, aros velhos de bicicleta e troncos de árvores. As pessoas podem se enroscar ou se machucar durante um mergulho. As algas também provocam acidentes, principalmente com crianças. “Elas se enroscam e não conseguem se livrar”, afirma Itamar. O fundo argiloso é outro problema: num mergulho a pessoa pode ficar presa.

A água das cavas também esconde outros perigos. Se estiver contaminada por esgoto ou por ratos, pode transmitir várias doenças, como a leptospirose, problemas de pele e infecção nos olhos. Se for engolida, pode causar hepatite e verminoses. Também há o risco de se contrair tétano com os objetos cortantes e o risco de ser picado por algum animal peçonhento.

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