Blitz apreende mais máquinas caça-níqueis

Nova blitz envolvendo o Ministério Público Estadual, as polícias Civil e Militar e o Instituto de Criminalística para a apreensão de máquinas caça-níqueis foi realizada ontem em todo o Paraná. A operação faz parte de uma ação nacional de combate ao crime organizado. Em Curitiba, muitos comerciantes foram pegos de surpresa. Foram lacradas 29 máquinas em 13 estabelecimentos comerciais (lanchonetes e casas lotéricas) e autuados 11 proprietários de estabelecimentos.

De acordo com o promotor da Delegacia de Investigações Criminais, Luiz Fernando Delazari, essas operações não têm prazo para terminar, já que a intenção é acabar com esse tipo de jogo no Brasil. “É preciso combater o comércio ilegal de máquinas caça-níqueis, que caracterizam como contravenção penal”, afirmou o promotor. Segundo ele, esse tipo de jogo esconde outros crimes, como sonegação fiscal e até mesmo financiamento de associações internacionais criminosas de lavagem de dinheiro. Além disso, esse tipo de crime movimenta, só no Paraná, cerca de R$ 40 milhões por ano.

Todos os equipamentos encontrados foram lacrados e mais tarde passarão por uma perícia, antes de serem destruídos. Segundo Delazari, as máquinas podem ser facilmente manipuladas, já que 60% do dinheiro fica para o dono do aparelho, 30% para o dono do estabelecimento comercial, onde elas ficam expostas, e apenas 10% para os jogadores. Os proprietários dos estabelecimentos serão indiciados em termo circunstanciado. Quem retirar o lacre poderá ser penalizado criminalmente.

O promotor destacou que a operação de ontem não tem nenhuma ligação com as ações semelhantes promovidas pela Delegacia de Ordem Social – que na última operação não conseguiu apreender qualquer equipamento. “Estamos trabalhando em parceira com a boa Polícia Civil e a boa Polícia Militar. As outras operações são uma farsa”, alfinetou.

Aviso

No período da manhã vários estabelecimentos foram visitados. Em menos de uma hora, cerca de quinze máquinas caça-níqueis foram lacradas. Só num ponto na Rua José Loureiro, no centro de Curitiba, onze máquinas foram encontradas. O dono do estabelecimento, que não quis ser identificado, afirmou que está há um ano no ramo e que sabia que estava ilegal. Ele confirmou que os donos dos equipamentos garantiram que eles não seriam pegos. “Geralmente eles avisam antes para podermos esconder as máquinas, mas hoje isso não aconteceu”, disse. O proprietário revelou ainda que os equipamentos são instalados em consignação, e ele fica com uma percentagem do lucro das máquinas.

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