Bingo funciona com nome alheio

O procurador do Estado do Paraná, José Anacleto Abduch Santos, contestou ontem a informação de que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) teria perdido o prazo para interpor agravo regimental no caso do Village Bingo, em Curitiba, aberto desde dezembro último mediante liminar. “Não houve falha nem perda de prazo, mas uma opção judicial por parte da procuradoria”, alegou. Segundo ele, o agravo regimental não é pré-requisito para a propositura de suspensão de liminar.

“O próprio STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu e suspendeu liminares sem agravo regimental prévio”, afirmou. O procurador, alegou, ainda que já existe agravo de instrumento no Tribunal Regional Federal (TRF), em Porto Alegre, que deve ser julgado em breve. “O agravo regimental seria apenas um recurso a mais”, explicou, acrescentando que o Village Bingo, na realidade, não tem autorização judicial para estar funcionando. “Quem ganhou a liminar foi o Montecarlo Entretenimento Ltda., que funciona no mesmo endereço do Village. Mas são empresas diferentes, com registros diferentes”, contou. Segundo ele, a PGE já está estudando as medidas judiciais cabíveis para fechar a casa de bingo, já que não seria ela a beneficiada da liminar.

Monopólio

Enquanto isso, o Village Bingo é a única casa de jogos aberta em Curitiba. E o movimento é grande todos os dias. Segundo o responsável pela segurança do local, o estacionamento – com capacidade para 500 veículos – chega a lotar. “Está muito cheio. Às vezes, a gente tem que jogar em pé”, contou Odair Barbosa Cardoso, 28, cliente da casa. O funcionário público Sebastião Mendes, 58, morador de Araucária, confirma. “Está bastante lotado. Isso é ruim porque a gente tem menos chance de ganhar”, lamentou Mendes, que torce para que outras casas de bingo da cidade reabram. “Prefiro a casa com mais espaço, mais tranqüilidade.”

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