Uma descoberta feita no Paraná agita o cenário científico de Ponta Grossa e região. Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) identificaram uma nova espécie de inseto: o Besouro Saltador dos Campos Gerais. A novidade, que já está circulando em revistas científicas internacionais, promete colocar a cidade no mapa da biodiversidade mundial.
O pequeno besouro, caracterizado por suas manchas vermelhas e brancas, foi encontrado em Itaiacoca, distrito a apenas 32 km do centro de Ponta Grossa. Mas não se engane pelo tamanho: esse pequenino é capaz de dar saltos impressionantes: 30 vezes o seu próprio tamanho. Uma baita potência de salto.
A equipe do Laboratório de Genética e Evolução (Labgev) da UEPG, liderada pela professora Mara Cristina de Almeida, foi responsável pela descoberta. Utilizando técnicas avançadas de análise genética e morfológica, os pesquisadores conseguiram diferenciar o novo besouro de outras espécies já conhecidas.
“Estávamos em campo, recolhendo estes besouros, e quando levamos para observação no laboratório vimos que eles tinham morfologias muito semelhantes, mas a quantidade de cromossomos era muito diferente”, explica a professora Mara.

Os pesquisadores encontraram duas espécies já conhecidas (a Omophoita communis e a Omophoita equestris), mas faltava entender a novidade. “Foi quando nos deparamos com uma terceira espécie, que era muito igual a essas duas em questão de estrutura. Quando pedimos a identificação, percebemos que ainda não se tinha conhecimento deste besouro, e que tínhamos em mãos uma espécie nova”, disse a professora.
O estudo contou com a participação crucial dos mestrandos Raylen Ramos e Bruno Begha. Raylen, que incorporou a descoberta em sua pesquisa de mestrado, não esconde o entusiasmo: “Fazer pesquisa é desafiador, é trabalhoso, mas é incrível colocar os conhecimentos sobre genética e evolução na prática. E quando esses conhecimentos são para descrever uma nova espécie fica mais incrível ainda”.
“Feitos um para o outro”
Bruno Begha, por sua vez, teve um papel fundamental na descrição morfológica do inseto. “A genitália desses besouros funciona em um sistema ‘chave-fechadura’, em que a forma, tanto dos machos quanto das fêmeas, tende a ser única para cada espécie”, explica o pesquisador.
O Besouro Saltador dos Campos Gerais, cientificamente batizado de Alagoasa neoequestris sp. nov., já ganhou destaque internacional. A fotografia do inseto estampou a capa da renomada revista Zoologischer Anzeiger, especializada em estudos zoológicos.
A descoberta não só coloca Ponta Grossa no mapa da pesquisa científica mundial, mas também ressalta a importância da preservação dos ecossistemas locais. O novo besouro, encontrado em toda a região Sul e no estado de São Paulo, é mais uma prova da rica biodiversidade que nos cerca e que ainda está por ser descoberta.
Para a professora Mara, que trabalha com besouros há mais de duas décadas, a descoberta é motivo de orgulho e celebração. “Ficamos muito felizes como docentes de ver o trabalho dos nossos alunos ser reconhecido, porque o trabalho científico depende de divulgação e publicação dos nossos trabalhos”, conclui a pesquisadora.
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