Um barco com 88 passageiros afundou no fim da tarde deste domingo (7) na travessia entre a Ilha do Mel e Pontal do Paraná, no Litoral do estado. Os problemas foram comunicados pela tripulação via rádio e o socorro chegou rápido. Ninguém ficou ferido, mas, mesmo assim, o pânico tomou conta de quem estava na embarcação. E o que mais chama a atenção é que barco que naufragou tinha sido enviado para socorrer o grupo após uma primeira embarcação falhar em alto mar.

continua após a publicidade

A funcionária pública Rose Carmazem estava entre o grupo e relatou parte dos momentos sombrios vividos ali. Segundo ela, o naufrágio foi com um barco de passageiros que haviam passado o dia na Ilha do Mel. O transporte fazia parte de um pacote comprado em uma agência de turismo de Paranaguá, também no Litoral.

Ainda de acordo com ela, o naufrágio foi o segundo incidente da viagem. O primeiro problema ocorreu ainda na travessia da manhã, quando o grupo se dirigia à ilha. O barco que os levava parou e teve de ser substituído pela barca que afundou, chamada de Achalana. “Já quando nós saímos vimos que o barco estava empinado e o motor estava diferente, não fazia o mesmo barulho de quando chegamos na ilha”, disse a funcionária.

Ela contou também que, ao perceber que havia algum problema, um dos tripulantes ficou na parte de trás para sinalizar possíveis contratempos. Foi quando outros passageiros foram para a popa e tentaram equilibrar a embarcação, que começou a se encher de água após uma falha na bomba de água. “A bomba de água não aguentou e foi onde começou a verter por cima do barco. Aí veio aquele desespero total. Tinha muito idoso e muita mulher com criança. As mulheres entraram em pânico e começaram a correr dentro do barco. Aí foi o erro, porque o barco começou a balançar demais e vinham as ondas e jogavam mais água para dentro”, relembra.

continua após a publicidade

Segundo a passageira, logo que a embarcação começou a afundar, a tripulação lançou um sinalizador e comunicou o fato via rádio. Instantes depois, uma lancha com dois casais de Curitiba se aproximou. Rose, o marido e o filho de 15 anos foram os primeiros a entrar na lancha. Eles levaram junto duas outras crianças que estavam na Achalana – com capacidade para 90 pessoas.

Ao mesmo tempo, outros barcos se aproximaram e conseguiram resgatar todos os passageiros. “Foi um pânico total. Tinha mãe lá com bebê de um mês. Imagina. A nossa sorte foi que isso aconteceu bem próximo ao porto e o socorro foi rápido. Senão seria mesmo uma tragédia”, pontuou Rose. De acordo com ele, os passageiros tiveram apoio da agência de turismo durante todos os momentos depois do acontecido.

continua após a publicidade

Com a chegada do socorro e saída dos passageiros, o barco foi rebocado sem afundar totalmente.

A reportagem não conseguiu localizar a agência de viagens responsável pelo passeio.

A Associação de Barqueiros do litoral norte do Paraná (Abaline) acrescentou que embarcação não pertence à entidade e que ela afundou cerca de 20 minutos após deixar a ilha, o que facilitou o socorro.

Dois barcos da associação foram para o local. Somente um deles foi necessário para abrigar todos os passageiros. O outro ajudou no reboque para dentro do rio de Pontal do Sul.

A reportagem ainda não conseguiu contato com a Capitania dos Portos para saber se o caso já está sendo investigado.