Missão resgate

Banhistas se mostram menos cuidadosos

Desde 11 de dezembro, dia do início da operação Viva o Verão, até ontem, o Corpo de Bombeiros do Paraná realizou 704 salvamentos no litoral do Estado. Apenas em Matinhos, uma das cidades mais visitadas da região nessa época do ano, foram, em janeiro, 334 resgates.

Somente nos primeiros dez dias deste mês, os bombeiros realizaram mais da metade dos salvamentos registrados durante todo o mês de janeiro do ano passado: 438.

Foram registradas também sete mortes por afogamento no litoral até a manhã de ontem, quando os bombeiros encontraram o corpo de um homem de 32 anos na Praia Mansa de Caiobá.

De acordo com o capitão Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas da operação Viva o Verão, a razão para essa diferença está nos casos atendidos na virada do ano.

“Atendemos 168 ocorrências apenas na virada. Além disso, atribuo o número ao tempo bom constatado nos dois finais de semana de janeiro. Esses fatores, aliados às condições da maré, aumentaram o número de resgates em relação ao ano passado”, avalia.

Para o capitão Charles Elias de Oliveira, do Corpo de Bombeiros de Matinhos, o foco dos 120 guarda-vidas que trabalham nesta temporada em Matinhos está na prevenção.

“Trabalhamos para evitar os afogamentos. Fazemos isso através da orientação aos banhistas, seja por meio das bandeiras ou verbais, por parte dos guarda-vidas”, explica.

Do início do ano até ontem, o Corpo de Bombeiros realizou 2.143 prevenções e 16.453 advertências. Em janeiro de 2010, foram feitas 6.378 prevenções e 31.935 advertências em todo o litoral.

Segundo Oliveira, as praias paranaenses são semelhantes, mas um dos balneários destaca-se no número de atendimentos.

“Registramos mais casos em Caiobá. A razão está no maior número de banhistas naquele local. Por isso intensificamos os trabalhos com mais avisos e orientações verbais”, revela.

157 crianças já se perderam nas praias este ano

Além de prestar atendimento aos banhistas, os guarda-vidas paranaenses são responsáveis por ajudar crianças que se perdem na praia. Desde o início do ano, foram registrados 157 casos no litoral.

Em janeiro de 2010, 168 crianças ser perderam dos pais. A orientação do Corpo de Bombeiros para evitar esse tipo de preocupação é a utilização das pulseirinhas, que trazem o nome da criança e o telefone para contato.

“A partir dessa pulseira conseguimos encontrar com maior rapidez os responsáveis pelas crianças. Quando não temos essa ajuda, precisamos encontrar os pais através das características da criança, o que torna o processo mais demorado”, afirma o capitão Charles de Oliveira, do Corpo de Bombeiros de Matinhos.

Além da utilização dessa pulseira, Oliveira orienta alguns cuidados aos pais. “É essencial estar próximo das áreas vistoriadas pelos guarda-vidas e mostrar para a criança um ponto de referência, seja ele um guarda-sol diferente ou até mesmo um empreendimento na rua”, diz.

A curitibana Sandra Canal, que estava com os dois filhos na praia de Caiobá na manhã de ontem, disse que, mesmo com as pulseirinhas, não tira o olho dos pequenos.

“Estou sempre atenta. Hoje meu filho mais velho até pediu para colocar a pulseirinha. Acho muito importante, pois auxilia os pais mais descuidados”, conta a mãe.

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