Bancários denunciam assédio moral

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana protestou ontem, contra o assédio moral, em frente a um agência do HSBC no centro da capital. Embora o termo assédio moral possa parecer estranho, a prática é mais comum do que se imagina nas grandes empresas brasileiras. O assédio acontece quando um chefe ou equipe de trabalho expõe o empregado a uma situação humilhante e constrangedora, atingindo a auto-estima e a segurança do indivíduo.

De acordo com Geraldo da Silva, secretário-geral do sindicato, o assédio tem se tornado uma constante nos bancos da cidade. “Os chefes inseguros têm sobrecarregado propositalmente os funcionários. Passado a eles tarefas que eles não sabem cumprir e cobrando resultados de maneira estúpida.”

De acordo com a diretora do departamento de saúde do sindicato, Denísia Barreto, o empregado assediado passa a duvidar de sí mesmo e de sua competência, implicando em dano ao ambiente de trabalho. “Alguns acabam apresentando casos de depressão profunda”.

Para o ex-professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em psicologia organizacional, Luiz André Kossobudzki, chefes e ambientes de trabalho dominadores e opressores acarretam não só prejuízos profissionais, como também psicológicos. “Ele acaba descarregando esse estresse na família, fora do ambiente do trabalho.” Segundo Kossobudzki, a figura do chefe centralizador é tipicamente brasileira. “Existe essa imagem da dominação autocrática, totalitária em contraposição a uma realidade mundial que prega uma maior abertura entre subordinados e chefes.” (GV)

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