Bairros ficam debaixo d?água

Bastou iniciar a chuva para alagar diversos pontos da cidade. Os bairros Água Verde, Portão e Fazendinha foram os mais atingidos. Na região Sul se concentrou a maior parte das árvores que caíram por toda a cidade. Em duas horas de chuva, a Defesa Civil registrou a queda de 200 árvores e seis postes de luz, fazendo com que a região ficasse sem energia.

Três dos seis postes derrubados pela força dos ventos -que conforme o Simepar atingiram velocidade superior a 55 km/h em alguns pontos – danificaram veículos estacionados, mas não houve vítimas. Além da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, foram deslocadas equipes da Secretaria de Meio Ambiente, da Diretran e da Guarda Civil para os pontos mais prejudicados pela chuva. Segundo a assessoria da Prefeitura, foi necessário deslocar equipes da Diretran para o Água Verde, porque o trânsito ficou interrompido em algumas vias como a Guilherme Pugsley.

Moara Vidal da Cruz, moradora no Portão, conta que tão logo começou a chover, a água deu início à destruição. “Em menos de trinta minutos, a água suja que vem do bueiro entupido que fica na minha rua, já estava na altura do joelho do meu marido”, diz. “O que mais revolta, é que ainda estamos pagando pelo serviço de pavimentação solicitado à Prefeitura no ano passado. Esse serviço agravou os problemas de enchentes na rua”, lamenta Moara.

Ocorrências

A chuva que começou por volta das 16h de ontem, em pouco mais de duas horas levou à Defesa Civil 50 pedidos de socorro de todas as partes da cidade. Até as 19h, a Defesa ainda não tinha o número de pessoas atingidas e de casas alagadas. Todavia, conforme informações do capitão do Corpo de Bombeiros do Centro Integrado de Emergência (CINE), Celso Acir Zaugner, além da região Sul, os bairros do Boa Vista (onde várias pontes foram destruídas), Santa Cândida, Santa Quitéria, Vila Osternack (Rio Ribeirão dos Padillhas transbordou), Hauer e Vila Guaíra apresentaram número concentrado de ocorrências.

Região Metropolitana

Segundo o 6º Grupamento de Bombeiros, responsável pelo atendimento na Região Metropolitana de Curitiba, as solicitações se concentraram em Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, onde os moradores fecharam a Rua Loanda.

Segundo a moradora Rosângela Rochinski, a manifestação foi para protestar contra o descaso da Prefeitura local. “Há dois anos pedimos solução para a manilha que está aberta e estrangula o escoamento da água, mas a Prefeitura não faz nada”, afirma Rosângela, dizendo que sempre que chove ela precisa abrir novo buraco no muro de sua residência para ajudar na vazão da água e, assim, minimizar os danos. “Já perdi quase tudo. Nesta última chuva, consegui salvar os móveis, porém, a água molhou a comida”, relata.

Chuva forte provoca o caos

Clewerson Bregenski

Árvores inteiras arrancadas e caídas nas avenidas, córregos transbordados, alagamentos de casas e ruas em diversos bairros. Esse foi o saldo do temporal que “caiu” sobre a cidade durante a tarde de ontem. De acordo com o Corpo de Bombeiros a maior parte das ocorrências registradas foi de queda de árvores em ruas e muros. Não há registro de vítimas.

A ocorrência de maior gravidade aconteceu na Avenida Marginal a rodovia BR-116, sob o viaduto da Rua Marechal Floriano Peixoto. Neste local, a água atingiu pouco mais de 60 centímetros de altura. A força da água chegou a carregar motos e carros que tentavam transitar pela avenida. Uma família passou por momentos de pânico ao ser surpreendida pela enxurrada. O adolescente André Luiz, 15 anos, que estava acompanhado dos pais e de mais duas meninas no Santana Quantum da família, contou que transitavam pela Marechal Floriano quando entraram na Avenida Marginal e foram pegos de surpresa. “Tentamos prosseguir no meio da água mas o carro parou. A água começou a entrar dentro do carro e tivemos que sair, se não poderíamos morrer”, disse. O carro chegou a ser arrastado pelas águas por alguns metros e retirado apenas com a intervenção de um caminhão do Corpo de Bombeiros. Na mesma avenida ficaram à deriva uma motocicleta, outro veículo e até um ônibus escolar. A rodovia (sentido sul) também ficou interditada num trecho de 100 metros devido às águas.

Ilhados

Na zona sul da cidade, a queda de árvores e conseqüente rompimento de cabos de luz e telefônicos fizeram com que algumas áreas ficassem no escuro e sem comunicação. Numa volta rápida pela cidade foi possível constatar também rompimento de tubulações de saneamento, calçadas arrebentadas e muitas árvores tombadas no meio das ruas. A Rua Guilherme Pugsley (via rápida Portão-Centro), por exemplo, teve a sua passagem interditada em cinco pontos. Inclusive, em frente ao Shopping Água Verde, a queda de árvores bloqueou praticamente uma quadra. Outra cena comum observada foram os semáforos desligados em cruzamentos perigosos, colocando em risco a vida de motoristas. O caos em toda a cidade só não foi maior porque grande parte da população curitibana está aproveitando o feriado de Carnaval no litoral.

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